O novo  filme de Martin Scorsese, O Lobo de Wall Street, acaba de ter sua estreia vetada em países como Malásia e Nepal. O motivo, de acordo com a revista americana The Hollywood Reporter, é o excesso de sexo, drogas e palavrões – como a palavra inglesa f***, que é dita 569 vezes durante a história. Em outros países, como Índia e Líbano, o longa entrou em cartaz, mas numa versão com cortes, enquanto em Singapura o filme foi restrito a apenas algumas salas e teve a classificação etária indicada para adultos. Por aqui, felizmente, o filme estreia sem cortes para quem gostar e tiver coragem. A seu favor, o filme tem Di Caprio, que acaba de levar o Globo de Ouro e cinco indicações ao Oscar , melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

Trata-se de comédia que transforma o universo da especulação financeira numa espécie de Velho Oeste, com códigos de ética típicos de um vale-tudo no qual a única coisa em jogo é a imposição individual.

O filme é uma adaptação da autobiografia de Jordan Belfort, sujeito nada confiável, mas cujo discurso sedutor era capaz de conduzir investidores às maiores furadas em que já se meteram. Filho de contadores pobres do Bronx, ele viveu o sonho de Wall Street nos anos 1980 e 90, quando construiu um império a partir da especulação. Suas palestras épicas atraíam jovens corretores, que ele recrutava alimentando o sonho do enriquecimento a partir da venda de ações e títulos na bolsa. Aliás, não deve ser difícil encontrar outros Belforts perdidos por aí e se dando bem.

O personagem principal é inicialmente um jovem que apenas queria vencer na vida, aos poucos ele se transforma em um Calígula moderno, dando vazão aos seus instintos e desejos mais doentios simplesmente porque pode. Mesmo após acumular mais dinheiro do que jamais poderia gastar, seu vício principal, o de ser o macho alfa, jamais o deixa parar. E é justamente quando passa a ser alvo do agente do FBI Patrick Denham.

O roteiro de Terence Winter é perfeito, não julga o protagonista, apenas o deixa viver com seus defeitos morais.

Nos Estados Unidos e no Canadá,  o filme arrecadou US$ 80 milhões de dólares desde 25 de dezembro e a arrecadação deve chegar aos 40 milhões no restante do mundo até o próximo final de semana. Em Singapura, apesar da exibição restrita, o longa faturou cerca de 300.000 dólares desde 9 de janeiro.

Verdadeiro está foragido
Jordan Belfort, o verdadeiro lobo de Wall Street, elogiou em sua página do Facebook a performance do ator Leonardo DiCaprio no filme de Martin Scorsese que retrata sua vida.

“Uau! Estou muito feliz pelo Leo. Que resultado realmente formidável! Não posso nem mesmo imaginar quão duro ele teve que trabalhar. Bom para ele!”, escreveu Belfort. Ele está foragido e moraria na Austrália, mas o seu adovado afirma que ele mora na Califórnia.