Maurício Carraro, o colunista Miau, que costuma ocupar o espaço abaixo às sextas-feiras não escreve hoje, mas é por uma boa razão. O moço, um curitibanos de 50 anos, ex-dono de bar que hoje responde como profissão humorista, está em São Paulo gravando sua participação no Programa do Tom, não sem antes passar por uma peneira. Outra novidade, é que Miau Carraro tem agora seu próprio show, ainda não aqui em Curitiba, mas no John Bull de Florianópolis, aos domingos.
Alias, ele era um dos sócios do bar, quando o estabelecimento nasceu, em Curitiba, na Ângelo Sampaio e Dr Muricy. Conta que virou dono de bar meio sem querer, do mesmo jeito que, garante, se transformou em humorista depois.
Ao longo dos últimos 4 anos, principalmente, os palcos para o humor cresceram e, em especial para a chamada Stand up Comedy, que virou uma febre, “começando” com Diogo Portugal, que ajudou a abrir espaço para o crescimento deste segmento na capital paranaense e no Brasil, com participações, inclusive em programas de televisão nacionais – Jô Soares e Domingão do Faustão – e locais – Revista RPC, aos domingos, onde mantém esquetes de humor. TEm a ver falar de Portugal neste perfil, porque ele também foi um propulsor para que o colunista social entrasse nesse meio, confiante no talento que tinha a tempos para contar piada. “A televisão se interessou quando já estava bombando, crescemos sem apoio nenhum. E na época o teatro era da classe artística, então fomos ficando em bares. Só agora o humor começa a ir para o teatro. A classe artístia que nos desculpe mas estamos ocupando”, brinca Miau. E, detalhe, sem leis de incentivo e com público “de verdade” e não penas de “iniciados”. “O Diogo diz que a coisa pegou mesmo depois que eu entrei, porque de 50 pulou para 200 a platéia. A coisa começou a espalhar. A sorte foi que tive o insight quando essa onda toda tava começando na cidade”, observa ele, que considera o Risorama – mostra de humor do Festival de Teatro de Curitiba – um marco. “Daí veio a repercussão nacional, percebemos que estávamos no nível”, lembra ele, que considera o dom de fazer o outro rir “uma dádiva de Deus”.
História – O humor entrou meio que sem jeito na vida dele, aliás, como as outras profissões que exerceu. Miau relembra que na época em que virou dono de bar não pensava nisso. Mas, depois do John Bull ainda teve o Mika, no Largo.
Ele também foi dono de cartórios, através da família, e perdeu os dois ao mesmo tempo. “Tinha que pensar em algo para fazer e fui trabalhar em política. Até agora fiz três campanhas para prefeito e três governadores, desde 94. Comícios, jantares, carros de som, caminhada na rua, onde ia candidadto eu tava lá, pra organizar tudo. Adorei”.
O passo que viria depois também foi de supetão. “De repente, quando vi o Diogo, de quem era amigo das antigas, fazendo bem os outros rirem, fiquei matutando”. Antes, entretanto, lembra de outro empurrão. Numa mesa de bar, quando ele contava uma piada o telefone de uma pessoa tocou e ela atendeu rapidamente dizendo que ligaria depois “porque o Miau ia contar piada”. “Minha namorada na época, a atriz Pagu, comentou: pô, faço teatro há dez anos e pra chamar a atenção das pessoas é uma luta. Você conta uma piada e pára o boteco”.
Pronto, a decisão foi tomada. “Hoje chamam tudo de Stand up. Mas tem diferença. Este é o estilo com texto próprio, com referências cotidianas. Com personagem, a comédia pode ser com texto autoral e piada no meio. E o terceiro, que é o meu tipo, só com piadas. Estou testando algumas minhas, mas só vou usar quando as risadas forem tantas quanto nas dos outros”, assegura.
Tom – Miau increveu-se primeiro no progra ma Domingão do Faustão, mas acha que tinha muito palavrão na esquete que enviou. Como tem boas indicações entre os atores curitibanos que conquistaram espaço na poderosa Rede Globo, chegou até a receber uma ligação de produtora do programa. “Mas acho que, se fiquei, foi pro próximo ano. Mas tá rolando”. No Show do Tom ele considera que vai estar no lugar certo, pois seu negócio é contar piadas. “Quando se fala em humorista se esquece o mais antigo dele, que é o contador de píadas. E passei por uma seleção que testou gente de todo o Brasil”, diz sobre o programa que ainda não sabe quando será exibido. E aos domingos, agora tem risada no Show do Miau em Floripa. “Lá o Diogo será meu convidado”, adianta. Em Curitiba ele ainda não tem planos. “Pensei em fazer no Festival de Curitiba, ms adiei. Uma hora vou fazer”.