Cultura Expressão artística

Oficina gratuita de composição musical e escrita aproxima a arte do cotidiano em Curitiba

Artistas locais Julia Raiz e Lu Faccini acreditam que todos têm o potencial de criar canções

Editado por João Marcelo Simões
JULIA-LU-MEMBRANA-DIVULGAÇÃO-2 Oficina de composição musical e escrita

Foto: Divulgação

A oficina “Escrever no ar – Escrita & Composição Coletiva” acontece dia 25 de outubro e 1 de novembro, das 9h às 12h, no Palácio da UPE, no bairro São Francisco. Com inscrições gratuitas, a iniciativa pretende explorar com o público a conexão entre o texto e a música com muito ritmo e diversão. A entrada é franca mediante à inscrição no forms. A oficina é ministrada pela escritora Julia Raiz e o compositor Lu Faccini.

A ação vem do desejo dos artistas de demonstrar que todos podem criar suas próprias canções. A Escrever no ar aproxima a composição musical e a escrita do cotidiano dos participantes.

“A oficina tem uma base que é propor atividades em que as pessoas se sintam autorizadas a usar as próprias palavras, só que em coletividade. É reforçar que nós não somos apenas indivíduos ali na mesma sala, mas compomos um coletivo, investigando palavras e som para chegar numa voz de autoria”, explica Julia Raiz.

Ao longo dos encontros, a dupla propõe dinâmicas de apresentação, jogos de escrita e composição coletiva, como as técnicas de poema a muitas mãos e canção a muitas vozes. “A gente vai oferecer alguns dispositivos coletivos com o intuito de soltar a escrita e a criação de melodias, para que o público possa seguir experimentando para além do espaço da oficina”, conta Lu Faccini. A metodologia combina momentos de escuta e improviso, estimulando a criação de textos e canções que nascem do encontro entre as vozes do grupo.

A expectativa é de que cada turma traz um modo singular de interação. A oficina se adapta às contribuições do público e se orienta por uma prática aberta, que considera a canção como um campo de memória, emoção e invenção. “Existe essa comunhão, essa ideia de coro, das pessoas cantando juntas. É bonito ver como o som e a palavra podem se misturar em uma voz comum”, completa Julia.

Sobre as pessoas ministrantes

Julia Raiz e Faccini possuem uma afinidade artística que se revela em diversos trabalhos. Desde 2017, integram o coletivo Membrana, grupo dedicado à criação literária e poética em diálogo com outras linguagens. Juntos, desenvolveram projetos que exploram a simbiose entre poesia e canção, com destaque para o processo de criação coletiva do EP Furiosa Aberta (2021), da banda curitibana Ímã, disponível no Spotify. Julia assina a letra de Cidade Assionara Souza e é autora de não comecei a peleia, vídeomanifesto que apresentou o disco. O trabalho foi composto e gravado remotamente durante a pandemia, reinventando modos de criação coletiva e incorporando múltiplas vozes ao processo.

Julia Raiz é escritora, tradutora e agitadora cultural, com prática em ações performativas em literatura. Doutora em estudos literários (UFPR), oferece oficinas de escrita há dez anos. Atualmente, coordena o PMLLLB (Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas) de Curitiba, promovendo políticas públicas na área. Publicou os livros Diário: a mulher e o cavalo (1ª ed. Contravento, 2017, 2ª ed. bilíngue Telaranha, 2023), Metamorfoses do Sr. Ovídio (Arte e Letra, 2022), Bebê tem fascinação por lâmpadas (Chão da Feira, 2024) e Toda cabeça de irmão (Telaranha, 2025). Sua escrita transita entre poesia, prosa e ensaio.

Artista múltiplo, compositor e produtor, Lu Faccini nasceu em Porto Alegre e mora em Curitiba desde 2007. A partir do som e da palavra, trabalha realizando pontes entre áreas e contextos e tem sua trajetória muito conectada a coletivos artísticos, grupos e bandas. Nos últimos anos lançou os álbuns ímã de nove pontas (2020) e Furiosa Aberta (2021), ambos com a ímã; Livro Vivo (2021) ao lado de Roseane Santos; Entre mistério (2022); entre outros. É colaborador da Selváticas Ações Artísticas, com a qual tem participado de diversos espetáculos e cabarés, apresentando-se em teatros e festivais em Curitiba, no Rio de Janeiro e no México. É integrante da Membrana Literária, com quem participou da antologia de poesia Chão Brasil (2023). Já realizou diversos trabalhos nas artes da cena como sonoplasta, diretor musical e performer. Lançou os singles Cine Invisível e Cidade Mata, com participações de Ava Rocha e Juliana Linhares, respectivamente. Ambos fazem parte do seu novo álbum Voa Noite, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026.

A oficina “Escrever no ar” integra o projeto “Membrana lê Membrana”, idealizado e gerido pela Canô Produções. A iniciativa é realizada com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba, com apoio cultural da Orb Set e da Cabana Azul, e incentivo do Colégio Positivo e da Universidade Positivo. A proposta reafirma o compromisso do projeto em fortalecer a literatura curitibana produzida em e por coletivos, promovendo experiências de escrita e criação acessíveis e colaborativas.

SERVIÇO

Escrever no ar – Oficina de Escrita & Composição Coletiva
25 de outubro e 1º de novembro (sábados)
Das 9h às 12h
Palácio da UPE – Rua João Manoel, 145, São Francisco, Curitiba
Gratuito
Link de inscrição: (https://bit.ly/escrever-no-ar)

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