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A escritora, pesquisadora e ministrante da oficina, Mariana Marino. Foto: divulgação

Nos próximos quatro sábados (13, 20 e 27 de setembro e 4 de outubro), a oficina Escrever (n)a emergência do corpo: fugas, desvios, reencontros, ministrada pela escritora e pesquisadora Mariana Marino, estará disponível gratuitamente na CAIXA Cultural Curitiba. O evento convida os participantes a refletirem sobre como a escrita e a criação literária podem surgir mesmo diante da dor e das transformações físicas.

Durante quatro encontros, o público poderá pensar o corpo e a linguagem e como a relação entre os dois abre brechas para a produção de narrativas que escapam das formas convencionais de tratar o adoecimento. Além dos exercícios de escrita poética, a oficina contará com leitura de poemas e ensaios sobre temáticas que envolvem fisicalidade e enfermidade.

Segundo a ministrante Mariana, a oficina se baseia na ideia de que a doença não constitui uma experiência universal, mas é atravessada por marcadores sociais. “A escrita sempre passa pelo corpo, por suas fragilidades, limites e potências. Escrever não exige um corpo idealizado ou plenamente saudável. Ao contrário, pode ser um gesto profundamente vinculado à experiência da doença, criando novas formas de existência e ressignificação”, explica.

O trabalho literário de Mariana Marino dialoga diretamente com os temas da oficina. Em livros como “Peito aberto até a garganta” e “é este o destino do corpo, abrir-se”, a autora aborda a dor e a reconstrução da corporalidade por meio de investigações que partem de experiências pessoais relacionadas a procedimentos cirúrgicos e a doenças congênitas e crônicas.

A oficina integra a programação do projeto Um fio de chá é mais longo que a linha da vida na palma da minha mão, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo no Paraná. O projeto foi idealizado pelo artista interdisciplinar Semy Monastier, que lançou um livro de mesmo nome em abril deste ano. Com projeto gráfico de Jessica Emme e ilustrações de Sabrina Gevaerd, a obra reúne textos, registros e imagens que expressam a experiência de luto por uma doença terminal. Esses elementos presentes na publicação refletem a vivência de Semy ao acompanhar sua mãe, diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em janeiro de 2020, vindo a falecer no meio do mesmo ano.

De acordo com Semy, a escolha de convidar Mariana Marino para ministrar a oficina e integrar o projeto surgiu da intenção de aproximar o livro de uma atividade conduzida por alguém que conhece na pele o processo de adoecimento de longo prazo. Mariana já expressa em sua criação artística a experiência do corpo em estado de doença e recuperação. “A escrita é uma maneira de lidar com as piores fases da vida. Analisar a dor e transformá-la em algo que possa trazer conforto para si e para o próximo é o que nos move”, afirma Semy.

Sobre a ministrante Mariana Marino

Doutora em Letras pela Universidade Federal do Paraná, Mariana escreve, revisa e edita textos, e já publicou os livros de poesia “Peito aberto até a garganta” (2020, Editora Urutau) e “não sei quem colocará as mãos em mim” (2022, Kotter Editorial), listado entre os melhores livros do ano pelo Suplemento Pernambuco. O ensaio poético “é este o destino do corpo, abrir-se” foi publicado pela demonia editora em 2024. A escritora é integrante da grupa Membrana desde 2018.

Serviço:

[Oficina] Escrever (n)a emergência do corpo: fugas, desvios, reencontros

Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro

Data: aos sábados 13, 20 e 27 de setembro e 4 de outubro de 2025

Horário: das 13h às 17h

Inscrições: gratuitas e podem ser realizadas a partir de 11/09/2025 pelo link Link

Classificação: 18 anos

Capacidade: 30 pessoas

Informações e programação completa: Site Curitiba | CAIXA Cultural | Instagram caixaculturalcuritiba | (41) 3041-2155