Pesquisadores do Paraná fundaram uma associação para assumir o acervo da Fonoteca da Música Paranaense. O anúncio foi feito ontem, em entrevista concedida pelos envolvidos no projeto ao Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS/PR). A iniciativa visa a preservação, catalogação e pesquisa da música do estado.
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A Fonoteca da Música Paranaense – que se originou do MUSIN (Museu do Som Independente) -, conta atualmente com cerca de 400 mil documentos. Destes, 100 mil são arquivos digitais e 100 mil são documentos da Ordem dos Músicos do Brasil/Seccional do Paraná (incluindo 30 a 40 mil fichas de músicos paranaenses), incorporados nos últimos anos. O acervo conta ainda com aproximadamente 40 mil cartazes e flyers, alguns milhares de reportagens na imprensa, publicações e livros relacionados, além de algo em torno de 4 mi mídias (entre CDs, LPs, K7s, compactos, etc) com uma estimativa de 40 mil músicas, entre outros itens.
No bate-papo com o pessoal do MIS/PR, participaram o organizador e fundador da Fonoteca, Manoel de Souza Neto, que explanou sobre o acervo, enquanto o editor Rodrigo Juste Duarte apresentou dados relevantes sobre o legado da coleção. Também participaram da conversa José Luiz de Carvalho (colaborador do Museu e membro do Setor de Acervo e Pesquisa do MIS/PR), Marielle Loyola (produtora cultural e música, convidada a ser presidente da associação Fonoteca da Música Paranaense, que será fundada), Paulo Maccan, Victor Schroeder e Tiago Rangel (pesquisadores), que reconheceram a coleção como a mais relevante e completa relacionada à música local.
No vídeo, produzido a partir do bate-papo, os convidados comentaram sobre a origem da Fonoteca, suas conquistas, produção de pesquisas, a importância de seu acervo, entre outros aspectos desta iniciativa que chegou aos 34 anos.
Próximos passos da Fonoteca
O acervo, atualmente, está em fase de constituição como associação Fonoteca da Música Paranaense, o que permitirá a ampliação de pesquisas, estudos acadêmicos e projetos culturais, que poderão ser financiados com patrocínios públicos e privados. A doação do acervo para a associação, que ficará responsável por preservar a coleção, vai aumentar os cuidados e responsabilidades coletivas de guarda, sem no entanto alienar ou desfavorecer a titularidade e autoria das obras, pesquisas e livros em andamento que são editadas pelo Observatório da Cultura do Brasil. Ao contrário, a mudança irá aumentar a difusão dos conhecimentos e a valorização dos criadores, conforme a Lei 9.610/98.
A Fonoteca da Música Paranaense também foi tema de uma coluna cultural do músico, compositor e poeta Sérgio Viralobos (www.hojepr.com/coluna-frente-fria-manoel-jose-de-souza-neto), que relata a trajetória do organizador e fundador Manoel J de Souza Neto, bem como atualidades sobre a associação que será fundada e poderá receber o acervo. A doação definitiva está condicionada às procurações e a criação da associação, que será composta por pesquisadores, jornalistas, agitadores culturais e outros admiradores da música do Paraná para manter o acervo. A expectativa é que a assembleia que vai fundar esta associação, aprovar seu estatuto e definir sua diretoria seja realizada em agosto.
Além dos estudos e livros em andamento, a dimensão da coleção permite inúmeras pesquisas, novas exposições, novos livros, filmes e outros produtos acadêmicos e culturais resultantes. Para os envolvidos, este panorama é um avanço rumo à consolidação da memória da música paranaense, seja ela produzida por pessoas nascidas no Paraná ou não, bem como por paranaenses radicados em outros estados ou países.
Assista abaixo o bate-papo sobre a Fonoteca da Música Paranaense:
