
Sábado, dia 18 de outubro, acabou se tornando uma data marcante para a cena de shows de Curitiba. Primeiro, porque a data marcou a inauguração de uma casa de shows que, dada a sua capacidade, estava faltando no cenário local. Segundo, porque trouxe à cidade os Paralamas do Sucesso, banda com mais de 40 anos de estrada, a quem coube o show inaugural.
A casa de shows é a Igloo Super Hall, localizada no complexo do Jockey Club do Paraná. O espaço tem 6 mil metros quadrados e comporta 10 mil pessoas. Como o Bem Paraná mostrou em reportagens anteriores, produtores de shows reclamavam da falta de um espaço assim, com capacidade bem maior que a de teatros (como o Guairão, até 2.800 pessoas) e menor que a estádios (como a Arena da Baixada, para 40 mil pessoas ou mais) ou a Pedreira Paulo Leminski (24 mil pessoas).
O Igloo traz ainda uma vantagem: é coberto. Quando o vocalista do Paralamas, Herbert Vianna, canta ‘Será que vai chover?’, o público curitibano pode responder “pode chover que não tem problema”. A tenda geodésica com armação metálica proporciona uma experiência peculiar, combinando design moderno com acústica aprimorada. O próprio João Barone, baterista do Paralamas, encerrou o show com altos elogios à estrutura. “Incrível”, disse ele, ainda no palco.
O espaço não é exclusivo para shows. Também pode receber eventos corporativos, técnicos, científicos, feiras, competições de esportes eletrônicos e radicais, exposições, formaturas, casamentos, festivais gastronômicos e musicais.
O show
Uma das bandas mais antigas ainda em atividade, O Paralamas do Sucesso já veio tocar várias vezes em Curitiba. Em 1989, fez um show no Círculo Militar, para divulgação do disco ‘Bora Bora’. Em 1995, apresentou-se no antigo Coração Melão (hoje Live Curitiba). Tocou ainda algumas vezes no Guairão.
Ao contrário de ocasiões anteriores na cidade, na apresentação no Igloo a banda desfilou um show de mais de 30 músicas. O setlist incluía praticamente todos os seus hits e alguns covers de Tim Maia, Gilberto Gil e The Clash.
Ainda que Herbert Viana tenha poupado a voz em algumas músicas, e que a guitarra parecesse distorcida em outras, a banda entregou seu melhor show na cidade desde 1989. Já abriu a mil, com ‘Vital e Sua Moto’, com destaque para o desempenho do baixista Bi Ribeiro e do baterista João Barone. Com o desenrolar as músicas, apareceram também o tecladista João Fera, o saxofonista Monteiro Júnior e o trompetista Bidu Cordeiro.
‘Na sequência de ‘Vital e Sua Moto’, vieram ‘Cinema mudo’, ‘Bora-Bora’, ‘Pólvora’, ‘Ska’, ‘Lourinha bombril’, ‘Trac-Trac’, ‘O calibre’, ‘Selvagem’ / ‘Polícia’ (Titãs cover), ‘Mensagem de amor’, ‘Seguindo estrelas’, ‘Uns dias’, ‘Romance ideal’, ‘Ela disse adeus’, ‘La bella luna’, ‘Cuide bem do seu amor’, ‘Tendo a lua’, ‘Aonde quer que eu vá’, ‘Lanterna dos afogados’, ‘Quase um segundo’, ‘O amor não sabe esperar’, ‘Será que vai chover? / Assaltaram a gramática’, ‘Gostava tanto de você / Você’ (Tim Maia cover), ‘O beco’, ‘A novidade’ (Gilberto Gil cover), ‘Melô do marinheiro / Marujo dub’, ‘Alagados’, ‘Uma brasileira’ e ‘Óculos’. O bis trouxe ‘Sossego’ (Tim Maia cover), ‘Perplexo’, ‘Caleidoscópio’, ‘Meu erro’, ‘Que país é esse?’ (Legião Urbana cover) e ‘Should I Stay or Should I Go’ (The Clash cover).
Vídeo por Rachel Ribas