Divulgação – Hitler (Taika Waititi) e Jojo

Adolf Hitler é o homem que mais se aproxima do mal absoluto na história da humanidade. E ele é o guia pessoal de um menino, Jojo Betzler, na Alemanha nazista pré-guerra. E Jojo é convocado para um fim de semana em um acampamento onde vai orgulhosamente queimar livros e aprender a matar judeus, como todo bom nazista. Seria a glória para seu mentor Hitler. O tema causaria arrepios por si só. Causaria… se a história do filme ‘Jojo Rabbit’ – que estreia nesta quinta-feira (6) em Curitiba – não tivesse roteiro e direção de Taika Waititi (o mesmo de ‘Thor: Ragnarok’).

Taika Waititi consegue tocar num tema polêmico com absoluto escracho, colocando Hitler e o nazismo num ridículo histriônico. E ele se encarrega pessoalmente disso, já que é quem interpreta Hitler. Quando se diz que em ‘Jojo Rabbit’ Hitler é o guia pessoal de Jojo, é porque na verdade o líder nazista é o amigo imaginário de Jojo (Roman Griffin Davis). E nesse papel ele consegue ser absolutamente histérico e canastrão, principalmente em seus discursos ideológicos. Levar a sério? Impossível.

No filme, a vida de Jojo parece se encaminhar para que ele vire mais um nazistinha, mas a mãe dele, Rosie (Scarlett Johansson), passa a abrigar uma judia, Elsa (Thomasin McKenzie), em casa. Ela passa a conviver com Jojo na casa e a vida do menino vira de ponta-cabeça. Ainda bem: daí surge a grande mensagem do filme, a aceitação das diferenças. Quanto mais forte o convívio com Elsa, mais raras são as aparições do amigo imaginário do menino.

Com seu tom peculiar, Waititi consegue não apenas entregar um filme que ridiculariza o nazismo e o homem que é a coisa mais perto do mal absoluto já produzida pela humanidade. Ele também consegue fazer críticas aos dias de hoje, repletos de fake news e de ódio. Afinal, mentiras e preconceitos conseguem proliferar quando estão em terrenos semeados de má-fé e ignorância.