O interesse por moradias sustentáveis tem crescido de forma consistente em Curitiba desde 2024, impulsionado por políticas públicas de incentivo e pela valorização de empreendimentos que reduzem o impacto ambiental.
Em janeiro de 2025, a Câmara Municipal aprovou o projeto que cria o IPTU Verde, permitindo descontos graduais de 10%, 15% e 20% para imóveis que adotem certificações e soluções de eficiência energética, reúso de água ou preservação de áreas verdes.
A legislação se soma a benefícios já existentes, como a redução de imposto para lotes com vegetação nativa ou araucárias catalogadas, reforçando o DNA ecológico da capital paranaense. Para obter o abatimento, o proprietário precisa protocolar laudos técnicos na Prefeitura e manter as boas práticas auditadas periodicamente.
Especialistas apontam que a economia anual no tributo, somada à diminuição de contas de água e luz, pode amortizar em até cinco anos o investimento inicial em painéis solares, sistemas de captação pluvial e fachadas de alto desempenho térmico.
O movimento ganha força com empreendimentos de alto padrão que colocam o bem-estar no centro do projeto. Em fevereiro de 2025, o residencial Pinah, no bairro Bigorrilho, tornou-se o primeiro da América Latina em processo de certificação WELL, selo internacional que avalia qualidade do ar, luz natural, acústica e promoção da saúde dos moradores.
O edifício reúne 32 unidades suspensas, horta comunitária e monitoramento contínuo de CO₂, demonstrando que arquitetura residencial sustentável também pode dialogar com luxo e tecnologia.
A repercussão desses lançamentos reflete no preço dos imóveis. Dados do Índice FipeZAP mostram que Curitiba registrou alta de 18 % na valorização residencial em 2024 — a maior entre as capitais brasileiras — e novo avanço de 0,68 % em fevereiro de 2025, alcançando média de R$ 10.831/m².
Segundo analistas, unidades com certificações ambientais costumam obter ágio adicional de até 15 % sobre o valor de mercado, atribuído ao menor custo de operação e à percepção de conforto térmico e acústico.
“A busca por soluções sustentáveis, aliada ao conforto, tornou-se prioridade para as famílias curitibanas que planejam construir ou reformar”, observa a arquiteta mestre Débora Grobe, pesquisadora em eficiência energética residencial. “Além do apelo ambiental, esses projetos entregam ganhos mensuráveis em saúde e economia, o que favorece a decisão de investimento de longo prazo.”
Para orientar esse público, escritórios locais oferecem consultorias que integram arquitetura, engenharia e design biofílico. Um exemplo é o escritório de arquitetura em Curitiba responsável por projetos que combinam iluminação natural otimizada, isolamento de alto desempenho e paisagismo que captura até 30 % da água da chuva para irrigação.
Essas soluções têm sido adotadas em condomínios horizontais na Região Metropolitana e em retrofit de casas nos bairros Água Verde e Batel, onde o valor do m² subiu mais de 30 % no último ano, segundo o mesmo levantamento da FipeZAP.
Na avaliação de urbanistas, o avanço de políticas fiscais – como a expansão do IPTU Verde para calçadas acessíveis em debate na Câmara – deve acelerar a adoção de critérios de sustentabilidade em toda a cadeia da construção civil curitibana.
Com metas municipais de neutralidade de carbono até 2040, o setor residencial desponta como protagonista na melhoria da qualidade de vida e na competitividade econômica da capital.