Luciana Zenti/divulgação – Carlos Kur: cenógrafo

O cenógrafo e figurinista Carlos Kur, que trabalhou no Teatro Guaíra por mais de quatro décadas, morreu na madrugada de hoje, em Curitiba, aos 87 anos. O velório acontece neste sábado das 11 horas as 15 horas no salão de exposições do Guaíra. O sepultamento às 17hs no Cemitério Vertical do Tarumã. 

Kur atuou como cenógrafo, iluminador, figurinista e foi o responsável por obras icônicas da arte paranaense, como O Grande Circo Místico, O Quebra-Nozes e Giselle. O artista era natural do Uruguai e iniciou a vida profissional no Teatro Solis.

No Guaíra desde os anos 1970, Kur teve extensa carreira e participou das maiores produções de balé e ópera do estado. Foi também professor do curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná Coordenador Técnico do Teatro Guaíra e assessor de cenotécnica da PUCPR para a construção de outros teatros.

Repercussão – A notícia do falecimento de Kur gerou comoção entre a classe artistica paranaense. “Eu, do alto dos meus 40 anos de teatro tenho tantas histórias vividas com ele no Teatro Guaíra. Como artista, um gênio! Dono absoluto do seu ofício, que executava com a naturalidade de um mago. Simplesmente criava magias como se seus dedos fossem varinhas mágicas capazes do impossível. Tinha no olhar o profundo conhecimento de tudo o que significava no mundo encantado das artes cênicas. Como pessoa, lindo e humano”, contou em publicação nas redes sociais o dramaturgo Edson Bueno. “Foi uma pessoa especialíssima! Eu, quarenta anos atrás, um piá que não sabia nem ainda o que era um urdimento, fui tratado por Carlos Kour com a mesma simplicidade e cuidado com que ele me tratava nos últimos anos, depois de tanta vida e teatro. Olhava a todos nós nos olhos! Dizer que adorava o Carlos Kour não tem nada de novo, porque todo mundo o adorava! Era uma daquelas unanimidades que, contrariando Nelson Rodrigues, não era medíocre. Quanta arte e solidariedade deixou nas paredes do Teatro Guaíra! Quanto amor pela arte e quando conhecimento! Queria acreditar que depois da vida existisse um lugar encantado onde todas as pessoas como ele bailassem pela eternidade, porque a dança da vida de Carlos Kour vai iluminar o nosso coração de artistas por toda a nossa memória”. 

“Conheci Carlos Kur em 1978, quando entrei no Teatro Guaíra para assistir um show e acabei encontrando uma profissão. naquele tempo o Teatro Guaíra era uma usina que produzia arte dia e noite e a figura de Carlos Kur imperava no ambiente. com seu inseparável cachimbo, sua voz calma e o charme do sotaque, ele parecia comandar tudo o que acontecia em volta. um homem de teatro que vivia o teatro e ensinava seu ofício à quem merecia aprender. uma referência. um sábio que até há poucos dias estava nos dando de presente seus conhecimentos, sabedoria e amor pelo teatro e sua gente”, afirmou o fotógrafo Maringas Maciel.

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