A disparada nos preços dos alimentos da cesta básica tem comprometido cada vez mais o orçamento dos curitibanos de baixa renda. Mas a população que frequenta os Restaurantes Populares da Prefeitura consegue almoçar de forma digna pagando um valor em conta. Arroz, feijão, carne, salada e uma fruta de sobremesa fazem parte do cardápio diário que custa apenas R$ 3 por pessoa, preço mais baixo, inclusive, que o cobrado por uma coxinha em lanchonetes da cidade.
Para garantir as refeições dos Restaurantes Populares a R$ 3, desde o ano passado, o município aumentou em 34% o subsídio com recursos públicos. Hoje, o custo total do preparo de cada refeição é, em média, de R$ 12,40 e a Prefeitura subsidia R$ 9,40 para a população pagar apenas os R$ 3 pelo almoço. Até o começo de 2021, o subsídio era, em média, de R$ 7 para um custo total de R$ 10.
O aporte anual do município estava, em média, em R$ 8,3 milhões. Anualmente, são cerca de R$ 11 milhões aportados pelo município.
Desde 2019, o preço da refeição nos Restaurantes Populares tem sido de R$ 3 por pessoa, mesmo com os aumentos de custos no preparo em quatro anos.
“Por determinação do prefeito Rafael Greca, o município tem o compromisso de dar acesso e ajudar a reduzir a despesa com alimentação da população de baixa renda e em risco social. Para muitos frequentadores, o almoço nos Restaurantes Populares é a única refeição completa do dia”, justifica Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.
São 4,7 mil pessoas atendidas diariamente nos Restaurantes Populares administrados pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN).
Aposentados, trabalhadores de baixa renda e pessoas em risco social são os principais frequentadores das cinco unidades: Matriz, Capanema, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho.
“A gente procura vir sempre no Restaurante Popular do Capanema. Lugar agradável e com comida ótima por R$ 3. Sai mais barato até do que comer em casa, pelo preço que estão as coisas”, afirma Vagner da Rosa Pinheiro, 33 anos, entregador por aplicativo e que estava acompanhado do filho Ryan.
De acordo com o motoboy Marcos Lima, 36 anos, as refeições dos Restaurantes Populares parecem comida caseira. “Só tenho que agradecer por essa iniciativa que ajuda a gente que trabalha e ganha pouco, mas também quem não tem condições de se alimentar”, garante ele, que, ao menos três vezes por semana, frequenta a unidade do Capanema.
O taxista Ademir Moscardi, 49 anos, também almoça quase todo dia em um dos Restaurantes Populares da Prefeitura. “A comida é boa e de qualidade, o ambiente limpo e organizado. É excelente”, salienta o trabalhador, que almoçava na unidade do Capanema na última sexta-feira (8/4).
Cardápio balanceado
Para garantir a qualidade das refeições, cozinheiros, auxiliares, nutricionistas e técnicos em nutrição da Prefeitura e da Ação Social do Paraná (ASP), parceira no município no programa, elaboram os cardápios nas cozinhas dos restaurantes da Matriz, Capanema, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho.
O cardápio muda todo dia e é formado sempre por seis itens: arroz, feijão, carne, um acompanhamento, salada e sobremesa.
“Tudo precisa ser saudável e balanceado. Não há fritura, a carne é sempre assada, cozida ou grelhada. O acompanhamento, normalmente, é um legume refogado. A salada deve ser crua ou cozida. Já a sobremesa, na maioria das vezes, é uma fruta”, explica Morgiana Maria Kormann, coordenadora da rede de restaurantes da Prefeitura.
Os locais ficam abertos para almoço de segunda à sexta-feira, das 10h às 14h (dependendo da unidade). São fornecidas 1,8 mil refeições por dia no Restaurante Popular da Matriz, 500 no Capanema e 800 nos três outros pontos (Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho).
Nos últimos cinco anos, a Prefeitura renovou todos os restaurantes populares da capital e, reabriu, em 2018, a unidade do Capanema, que estava fechada desde 2000.