Cidade do Vaticano, 11 (AE-AP) – O papa Bento XVI irá ameniza restrições ao uso da antiga missa celebrada em latim, numa grande concessão a ultraconservadores que se afastaram do Vaticano em protesto a reformas liberalizantes do Concílio Vaticano Segundo, informou hoje um assessor papal.
O pontífice pretende “ajudar a superar o cisma e ajudar a trazer (os ultraconservadores) de volta à Igreja”, disse o assessor, que pediu para não ser identificado.
O jornal Times, de Londres, divulgou hoje que o papa havia assinado a ordem, que seria publicada em poucas semanas. O assessor do Vaticano também disse esperar que a decisão seja publicada em breve.
O documento irá tratar das atuais restrições à antiga missa em latim, chamada Missa Tridentina ou tradicional, durante a qual o padre fica de frente para o altar – e distanciado dos fiéis – e não há oradores leigos como na missa moderna.
Atualmente a missa tradicional só pode ser celebrada com a permissão do bispo local – uma restrição que seguiu-se às reformas impostas pelo Conselho Vaticano Segundo, de 1962 a 1965 que também permitiu que as missas fossem celebradas nas línguas locais ao invés de em latim.
Resistindo às mudanças, o falecido arcebispo Marcel Lefebvre fundou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, baseada na Suíça, em 1969. Ele foi excomungado em 1988 depois de consagrar quatro bispos sem a permissão de Roma.
Bento XVI vinha indicando que queria a normalização das relações com a São Pio X, e no ano passado reuniu-se com seu atual líder, bispo Bernard Fellay.
A questão da Missa Tridentina será apenas um dos vários pontos no documento papal que visa agradar os ultraconservadores, disse o oficial do Vaticano.
Em setembro, o papa aprovou um instituto baseado em Bordeaux para padres franceses que deixaram o São Pio X. O pequeno grupo, contando hoje com cinco padres e alguns seminaristas, tiveram a permissão de celebrar a missa tradicional em troca do reconhecimento da autoridade do papa.
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