As brigas compradas pelo governador Roberto Requião (PMDB) contra o plantio de transgênicos, o pedágio e as multinacionais teriam sido decisivas para o resultado apertado do segundo turno da eleição para o governo do Estado. A avaliação é do líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado estadual Dobrandino da Silva (PMDB). “Nunca vi na história da política brasileira uma eleição para governo do Estado com esse índice. É uma diferença de eleição municipal para prefeito”, confessou o peemedebista.

Segundo Dobrandino, as posições duras de Requião nas polêmicas levantadas no primeiro mandato levaram muitos setores a se aliarem à oposição, e acirraram a disputa. “O governo é bom, mas as posições dele (Requião) contrariam muita gente”, admite o peemedebista. “As cooperativas, por exemplo, trabalharam contra ele em função dos transgênicos”, considerou. “A briga com o pedágio também desgastou”, reconheceu.

O líder governista citou ainda o fechamento dos bingos como outro fator de desgaste. “Aumentou o combate à corrupção, à jogatina. Isso fere o interesse de muita gente”.
Dobrandino também vê um corte social-ideológico no resultado, já que o governador conseguiu a vantagem que lhe deu a vitória por apenas pouco mais de dez mil votos nos municípios menores e mais pobres. “O Requião nunca escondeu que faz um governo voltado para os mais pobres e isso muitas vezes contraria certos setores”, disse.

Ao contrário de Requião, que ontem já mostrou não ter intenção de mudar nada em sua administração, apesar do resultado muito aquém do esperado nas urnas, o líder do governo considera que há o que melhorar. “Imagino que no novo mandato, é preciso corrigir algumas posições”, afirmou. (IS)