Presidente pretende chamar PMDB, PP, PDT, PTB e PSB para governo de coalizão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não esperar o fim do mandato para dar início ao seu segundo governo. Ele pretende chamar para o diálogo, já a partir do dia 4, partidos que possam vir a apoiá-lo no Congresso, a exemplo do PMDB, do PP, do PDT, do PTB e do PSB, e lhes oferecer vagas num governo de coalizão, ou de concertação, palavra da moda do Chile pós-Pinochet, importada pelos principais articuladores políticos do governo, como o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.

O PT vai perder espaço no governo. Manterá, no entanto, alguns ministérios importantes. Destes, vários ministros atuais devem permanecer em seus postos, a exemplo de Guido Mantega (Planejamento), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Marinho (Trabalho). Genro também deve permanecer no cargo.

Lula também vai procurar personalidades sem partido, com alta representatividade, para ocupar cargos no primeiro escalão. Um nome não sai da cabeça do presidente: o do cardiologista Adib Jatene, ex-ministro da Saúde. Lula o considera o paradigma dos que, embora sem filiação partidária, devem compor qualquer equipe de primeiro escalão. Um segundo exemplo citado por Lula é o do atual ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.

Este não trabalha com a possibilidade de mais um convite para ocupar o ministério, embora Lula tenha a intenção de chamá-lo para continuar no governo; aquele, por uma série de fatores, pode até não aceitar o convite. Neste caso, Lula sairá à cata de alguém de perfil parecido com o de Jatene.

O presidente pretende ainda correr atrás de integrantes da oposição que ele considera estarem dispostos ao diálogo, como o ex-presidente Fernando Henrique e José Serra, tucanos, o senador Marco Maciel e o governador Cláudio Lembo, do PFL. “Em resumo, o presidente trabalha com um projeto de coalizão, diálogo com as oposições e conceito de um novo governo, melhor, mais forte, apoiado no Parlamento e com mais representatividade da sociedade civil”, diz o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.

“Um governo como o presidente Lula quer fazer no segundo período exige um diálogo transparente e seletivo com a oposição. Seletivo porque deve ser em torno de temas concretos.