O senador Osmar Dias (PDT) fez pesadas acusações contra os institutos de pesquisas e prometeu providências para evitar que a divulgação dos números influencie nas próximas eleições. Na véspera do segundo turno eleição – sábado, 28 de outubro – o instituto Datafolha divulgou sondagem, segundo a qual Roberto Requião (PMDB) seria reeleito governador com 50% dos votos contra 45% do oposicionista, senador Osmar Dias (PDT). Na mesma data, o Ibope apontava para uma vitória de Requião por 49% a 45% do adversário.

Já no dia da eleição, o mesmo Ibope divulgou pesquisa de boca de urna que dava uma vantagem de 6 pontos percentuais para Requião. No final da contagem, o resultado das urnas contrastava com os números dos institutos de pesquisas. Requião acabou reeleito com 0,1% de vantagem sobre Osmar Dias, ou seja, pouco mais de 10 mil votos, em um universo de 7,1 milhões de eleitores. “Durante a discussão da minireforma eleitoral no Senado, apresentei uma emenda para que fosse proibida a divulgação de pesquisas quinze dias antes da eleição. A emenda foi derrubada. Vou apresentar um projeto de lei para que o instituto que na véspera da eleição divulgar pesquisa e errar além da margem de erro, seja obrigado a arcar com as despesas de campanha do candidato prejudicado. Só para se ter uma idéia, sei que na semana que antecedeu a eleição, um representante do Ibope esteve por duas vezes no Canguiri”, afirma Osmar, referindo-se a residência oficial do governador Roberto Requião.
Brancos e nulos — No final da tarde de ontem, o Ibope emitiu nota justificando sua atuação nas eleições deste ano. “No caso do Paraná, não há pesquisa que consiga captar diferenças tão pequenas como a observada nesta eleição. Os altos índices de votos brancos e nulos (9%) e de abstenção (18%) verificados neste segundo turno podem ter prejudicado os votos do governador reeleito, Roberto Requião”, justificou a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari. (AB)