Desde 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que o direito das mulheres à higiene menstrual é uma questão de saúde pública mundial e de direitos humanos. Para lembrar da importância do tema, foi criado uma data: o Dia Internacional da Higiene Menstrual, celebrado em todo o mundo no dia 28 de maio. Em Curitiba, integrantes do Coletivo Igualdade Menstrual fará uma caminhada saindo da Santos Andrade nesta sexta (28),  às 5h30, quando vão espalhar fitas vermelhas pela Rua XV, representando sangue. Na chegada, na Praça Osório, será estendida uma faixa.

Pouco debatida por conta dos tabus e estigmas que ainda cercam a menstruação na sociedade, a precariedade no acesso a produtos sanitários prejudica a saúde de milhões de mulheres e meninas no mundo todo, sobretudo em países pobres.

No Brasil, 26% das meninas entre 15 e 17 anos não tem acesso a absorventes higiênicos. Segundo a ONU, 12% da população do planeta vive nessa condição, sobretudo as que se encontram em situação de rua e as mulheres presas.

Igualdade Menstrual

O projeto “Igualdade Menstrual” surgiu com a proposta de debater e documentar a invisibilidade da dor causada pela pobreza menstrual da população feminina. “Mais do que combater esse sofrimento evitável, queremos demonstrar os efeitos que o machismo estrutural, a baixa representação política, e a falta de dinheiro, de saneamento básico e de acesso a absorventes causam no cotidiano e na saúde da mulher”, ressalta a idealizadora do projeto e diretora do Coletivo Igualdade Menstrual, Adriana Bukowski.

O coletivo busca fazer o mapeamento e registro da realidade das mulheres que são privadas de itens de higiene básica. Entre as ações desenvolvidas pelo projeto estão doações de coletores menstruais, palestras para mulheres acolhidas vítimas de violência doméstica, elaboração de questionário “censo menstrual”, ações de educação menstrual, campanha permanente de arrecadação de absorventes, além de conteúdo no Instagram com objetivo de desmistificar, informar e educar.