
Artista múltiplo, inquieto e fundamental na história dos quadrinhos brasileiros, Luiz Gê tem sua carreira de 50 anos surpreendentemente ampliada agora, com o lançamento do livro “Fronteira Híbrida” (editora MMarte). O paulistano é o homenageado da 6ª edição da Bienal de Quadrinhos – online, e também uma das referências no encontro entre quadrinhos e música, tema desta edição do evento. A live de pré-lançamento da obra acontece nesta sexta-feira (17), às 19h30, no Instagram da Bienal de Quadrinhos, com a presença de Gê e do editor de “Fronteira Híbrida”, Márcio Júnior.
O livro de 260 páginas em formato 22x29cm traz obras inéditas e também passeia pelas criações de Luiz Gê desde os anos 1970, quando o artista fez seus primeiros quadrinhos para a Folha de Londrina e a Revista Balão. Em “Oba Oba”, por exemplo, história de apenas uma página publicada na revista, diversas possibilidades de leitura já se faziam presente. Luiz Gê, à época, já fazia um aceno à interatividade, marca que seguiria em suas obras, principalmente após seu encontro com o músico, compositor e ator Arrigo Barnabé.
Foi em parceria com o paranaense, nome importante da chamada Vanguarda Paulista, que Gê criou obras icônicas, como a capa do álbum “Clara Crocodilo”, de 1980. E também o conceito do disco “Tubarões Voadores” (1984), em que a HQ de Gê fazia parte do disco de Barnabé – e poderia ser lida e ouvida ao mesmo tempo. Todas essas criações e parcerias que envolvem música e quadrinhos, ainda vivas na memória cultural de boa parte dos brasileiros, ganharam outra dimensão com o lançamento de “Fronteiras Híbridas”.
“Além de ser um monumento dos quadrinhos, Luiz Gê é um pesquisador. Sua obra é cheia de experiências estéticas, de música e de poesia. Este livro é uma experiência original em narrativa quadrinística”, diz o editor Márcio Júnior. “É quase uma metanarrativa. Um híbrido entre HQ, discussão teórica, art book. Parece complexo, mas é encantador”, completa.
Por meio de fotos feitas pelo próprio artista, a obra aborda também óperas compostas por Arrigo Barnabé, cujos cenários e direção de arte ficaram a cargo de Gê. Em “O Homem dos Crocodilos”, por exemplo, as cenas foram transcriadas em narrativas gráficas a partir de fotografias. “É um trabalho inovador e radical. Para quem já conhece a obra de Luiz Gê, é uma oportunidade de se surpreender com novos caminhos. Para quem não conhece, vale a pena mergulhar na criação de um artista que está em movimento constante, sempre olhando para o futuro”, conta Júnior.
A Bienal
Em ação desde agosto, a 6ª edição da Bienal de Quadrinhos, em formato totalmente online, apresentou durante 2021 uma intensa programação cultural gratuita sobre o tema Música & Quadrinhos, com participação de cerca de 140 artistas nacionais e internacionais. Da residência artística ao lançamento desta coletânea com obras de Luiz Gê – homenageado da edição, houve também palestras, debates e oficinas e a cocriação de obras e ações formativas voltadas ao público de cidades da região metropolitana de Curitiba. No decorrer destas ações, os 10 anos de vida da Bienal de Quadrinhos de Curitiba estão sendo celebrados. Uma série de vídeos sobre todas as edições está disponível no canal do Instagram da Bienal, e recorda momentos importantes – além de desvendar os segredos para que um evento gratuito de democratização da cultura tenha resistido e impactado tanta gente por tanto tempo.
SERVIÇO
Live de lançamento do livro “Fronteiras Híbridas”
Participação de Luiz Gê e Márcio Júnior (MMarte).
Sexta-feira (17), às 19h30, no Instagram da Bienal de Quadrinhos de Curitiba
BIENAL DE QUADRINHOS
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