
Ele surgiu no momento mais inesperado possível, quando estávamos todos presos em casa e sem poder viver a magia de um show. Da mesma forma, o som conquistou as pessoas que sentiam falta de ouvir sobre um sentimento tão puro e natural que é o amor. É assim que Bryan Behr chega a Curitiba nesta sexta-feira (3), pela primeira vez pisando num palco da capital paranaense para mostrar a que veio.
O cantor, que é de Santa Catarina, começou a divulgar seu trabalho justamente na pandemia. Em um ano, Bryan viu os números subirem e dobrou a meta: no começo de 2021 tinha pouco mais de 300 mil ouvintes no Spotify e, atualmente, mais de 700 mil.
Mas ainda não podia viver isso diretamente com as pessoas, só através das redes sociais. “São poucos artistas que experimentaram começar uma carreira nesse período da pandemia, que foi quando as músicas começaram a alcançar as pessoas. O ao vivo, de poder estar na estrada, tem o maior peso agora. Continuo fazendo música com o coração e sem expectativas, o que é muito difícil, mas temos que aprender que não está no nosso controle”, traduz Bryan.
No ano passado, Bryan viu uma de suas músicas, ‘A Vida é Boa com Você’, viralizar nas redes sociais. A canção, que não era nova, bombou depois que muita gente começou usá-la para vídeos tanto no Instagram quanto no TikTok. E foi aí que Bryan entendeu o tamanho do poder que as pessoas têm.
“Se alguém dissesse pra mim que eu lançaria a música e faria uma versão voz e violão dois anos depois e as pessoas iriam gostar, eu não acreditara. Isso prova que não temos o poder de controlar essas coisas […]. Pra mim foi a primeira vez que experimentei isso de ver que uma música consegue ser muito maior que o artista”.
Novo disco, amor em alta
Para começar 2022 com pé direito e embarcar em sua primeira turnê, Bryan trouxe novidade. Lançou o disco ‘Todas as coisas do Coração’, que não só embala a primeira rota de shows do cantor, como também traduz um pouco dos sentimentos que foram vividos e estavam guardados nesse período de pandemia.
“Essas músicas do novo disco são o reflexo desse período da pandemia, de várias coisas que vivi, reflexões, coisas lindas, coisas horríveis também. Não é só um disco romântico, por isso fala sobre ‘todas as coisas do coração’. Acho que é o disco mais bonito que eu coloquei no mundo até hoje”.
Conhecido por falar de amor, Bryan não nega que esse título é o que ele realmente buscou. “Acho que o amor é o sentimento mais genuíno que a gente pode experimentar vivo, e escrever sobre isso é conseguir uma ligação direta com o sentimento das pessoas”.
Mesmo em meio ao caos em que vivemos, o cantor acredita que a arte é o melhor caminho para expressar o amor. “Acho que existe muita gente lá fora que não quer falar sobre amor, que quer falar sobre coisas ruins ou viver de uma forma que traga ódio, rancor. Talvez eu só não queira cantar para essas pessoas. Quero cantar para pessoas que estão abertas a amar, se apaixonar, e não só romanticamente falando”.
O cantor ressaltou que nem sempre falar de amor é falar sobre coisas boas, mas sim sobre sentimentos verdadeiros. “Quando eu canto que a vida é boa, por exemplo, não estou querendo dizer que a vida é perfeita, maravilhosa e que não existam problemas. É o contrário. ‘A vida é boa’ é um lema muito antigo que aprendi que diz que a vida é boa exatamente como é, com as dificuldades, com tudo. Então sempre vai valer a pena, sempre vai ter alguém querendo ouvir sobre amor. Se eu tiver que ser essa pessoa, que vai cantar, por que não?”.
Números em alta
Ver seus números crescerem com pouco tempo de trabalho é realizador, mas Bryan faz isso com os dois pés no chão. “Quando eu estava no meu quarto fazendo as primeiras músicas e tinha 20 inscritos no youtube, eu tinha o mesmo sentimento que tenho hoje quando vou escrever músicas para um disco: não sei se isso é bom, se isso é ruim para as pessoas, mas eu gosto disso e quero que as pessoas ouçam isso. O controle de como vai ser, com sucesso ou não, não pertence a mim”.
Os números aumentando despertaram atenção e fizeram com que a mídia o chamasse de promessa da música brasileira. “Pra mim, é só uma confirmação de que eu não sou maluco. Mas eu quero fazer música de uma forma genuína em todos os processos. Quanto aos títulos e como me chamam, deixo isso com as pessoas”.
Bryan disse não se incomodar com a rapidez com que seu trabalho atinge as pessoas. “Não me incomodo que o volume seja lento, ouço muito de alguns amigos que as coisas não estão acontecendo, mas as coisas estão acontecendo, talvez não no tempo que as pessoas queiram que aconteçam. Temos que aproveitar o processo. É difícil viver sem se apegar aos números, sem se comparar com outras pessoas, mas isso faz com que você acabe não olhando para tudo de maravilhoso que você fez”.
Show em Curitiba
O cantor contou que estar no palco era o maior objetivo desde quando começou a projetar as músicas para que as pessoas pudessem ouvir. A turnê de Bryan Behr já passou por São Paulo e Rio de Janeiro e foi surpreendente. “Foi a primeira vez que entendi muita coisa em cima do palco. Antes de entrar eu tinha receio se as pessoas iriam cantar as músicas, e todo mundo cantou todas. Fiquei muito impressionado”.
Bryan lembrou que estar num palco é tudo que ele sempre idealizou, desde pequeno. “Quando agora estava lá, no palco com o violão, estava fazendo exatamente o que eu fazia quando era criança com uma vassoura, imaginando o público. Lembrei de tantas vezes que brinquei que era artista e era igual, só que mil vezes mais legal”.
O show em Curitiba, no Teatro Fernanda Montenegro, é o primeiro fora do eixo Rio-SP. E vem daí a ansiedade, atrelada com a sensação de uma nova estreia. “Quero fazer ser mágico, entregar um show lindo. Fico muito feliz quando vejo que Curitiba é a quarta cidade no ranking entre as cidades que mais ouvem meu som. Recebo muitos pedidos de pessoas do Paraná por um show, então tenho certeza de que vou reconhecer alguns rostos”.
O show de Bryan Behr em Curitiba começa às 20h, no Teatro Fernanda Montenegro. Os ingressos podem ser comprados pelo Disk-Ingressos e custam a partir de R$