
O icônico filme “Metropolis” (1927), do diretor Fritz Lang, será exibido na manhã deste sábado, 24 de setembro, no Cine Passeio. A sessão contará com a participação dos jornalistas especializados em cinema Abonico Smith e Marden Machado, que farão uma introdução ao filme, que completa 95 anos.
A Sessão Comentada é uma iniciativa do Cine PPGTU, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR, que inicia a apresentação de um ciclo de filmes que discutem temas relacionados às diversas áreas que envolvem os campos do urbanismo e das cidades. A intenção é promover discussões ampliadas sempre com a participação de convidados externos ao programa e sessões gratuitas e abertas ao público.
Não foi à toa que o filme do cineasta alemão foi escolhido para a estreia. Com quase um século, seu roteiro foi escrito em 1924 e as cenas rodadas entre 1925 e 1926. Considerada uma obra- prima do cinema de todos os tempos, sua história é repleta de simbolismos sociais, políticos e religiosos, permanece atual nos dias de hoje.
“Metropolis”é o nome de uma cidade de um futuro que parecia ainda estar bem distante quando Fritz Lang transformou em imagens a história escrita pela polêmica Thea Von Harbou. Da superfície para cima, uma cidade de arquitetura monumental, tecnológica, repleta de arranha-céus e veículos que circulam na terra e no ar. Nos subterrâneos, contudo, esconde-se um submundo de trabalhadores explorados transformados em robôs, automatizados, para azeitar as engrenagens da elite e manter a ordem e o funcionamento do sistema. Entretanto, tudo pode acontecer no andar de baixo. No universo dos trabalhadores da cidade, o slogan principal se torna a frase “o mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração”. No entanto, a cabeça é o comando e o poder. Já as mãos, os sugados e sufocados operários sem vida fora de seus postos na máquina.
“Metropolis” é um dos últimos clássicos da corrente expressionista do cinema alemão. Rodado em preto e branco, o filme mudo têm seus diálogos escritos entre as cenas em quase duas horas e meia de duração. Na política, o filme foi usado, à revelia de seu diretor, como inspiração de propaganda de autocracias. Como obra de arte, permanece até o momento como um dos grandes ícones da cultura mundial. Tendo sido revisitado inúmeras vezes pela cultura pop, foi citado em músicas e videoclipes de Queen, Madonna e Lady Gaga. No cinema, foi reverenciado por filmes como Star Wars, De Volta Para o Futuro, Blade Runner, Duna e outros.
“Metropolis” por tudo isso e por suscitar sempre novas e atuais discussões, é imprescindível.
SERVIÇO
Cine PPGTU apresenta SESSÃO COMENTADA
filme METRÓPOLIS (1927) de Fritz Lang
CINE PASSEIO | sala VALÊNCIO XAVIER
SÁBADO – 24 DE SETEMBRO – 10 HORAS
organização e curadoria: PPGTU
apoio cultural: LUCCA CAFÉS ESPECIAIS e PADARA AMÉRICA
BIOS
Abonico Smith nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e mora em Curitiba desde a década de 1980. É jornalista cultural com atividade ininterrupta na área desde 1987 e especialidade nas áreas de música, cinema/séries, literatura e quadrinhos. Considerado um dos principais críticos culturais do Paraná, é editor do website independente Mondo Bacana www.mondobacana.wordpress.com, fundado em 2002 e um dos criadores da livecast/podcast JACCU – Jornalistas Autônomos Culturais de Curitiba.
Trabalhou e colaborou em veículos de internet, rádio, televisão e impressos, onde se destacam a Rádio e TV Educativa do Paraná; os jornais Gazeta do Povo, onde criou o caderno cultural diário Caderno G e o suplemento jovem/adolescente semanal Fun; Estado do Paraná, onde criou e editou o suplemento dominical de variedades O Estado Revista; e Indústria & Comércio. Escreveu para as revistas BIZZ, da editora Abril; Herói, da editora Conrad; e General da editora ACME; todas de São Paulo e de circulação nacional. Na internet, fundou os sites de cultura pop 1999 e AnoZero e colaborou com os portais RicMais e TudoParaná.
É professor de comunicação, arte e cultura e pesquisador vinculado ao PPG-Com da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, onde está concluindo o doutorado na linha de pesquisa de cinema e audiovisual. É mestre pela mesma universidade e programa, na linha de Processos Mediáticos e Práticas Comunicacionais. Fez especialização em Comunicação, Cultura e Arte na Pontifícia Universidade Católica do Paraná e também em Comunicação e Linguagens na Universidade Tuiuti do Paraná. Graduou-se em jornalismo e Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná.
Marden Machado é jornalista especializado em cinema. Nasceu em Teresina (PI), onde foi curador da programação do Cine Centro de Convenções (entre 1987 e 1989) e do Cine Baloon (entre 1989 e 1992). Participou da equipe responsável pelo jornal oficial do FestRio – edição 1989, realizado em Fortaleza (CE).
Mudou-se para Curitiba em 1992. Auxiliou na produção de Cipriano, primeiro longa-metragem piauiense, de 2001, bem como nos documentários H. Dobal: Um Homem Particular (2002), O Sertãomundo de Suassuna (2003), Marcos Vinicios Vilaça: O Artesão da Palavra (2005), Luiz Antonio de Assis Brasil: O Códice e o Cinzel (2007) e Alberto da Costa e Silva: O Retorno do Filho (2009). Foi produtor associado do documentário Wilson Martins: A Consciência da Crítica, lançado em fevereiro de 2012. As obras citadas acima foram dirigidas por Douglas Machado, produzidas pela Trinca Filmes e exibidas no Canal Brasil, no Arte 1 e na TV Cultura de São Paulo.
Curador, junto com Marcos Jorge, do Cine Passeio, em Curitiba (PR), desde maio de 2017. É roteirista, palestrante e autor de quatro livros sobre a sétima arte, além de comentarista de cinema das rádios CBN Curitiba, desde 2005, e da CBN Londrina, desde 2015.
Em seu portal www.cinemarden.com.br, resenha um filme por dia desde setembro de 2010, totalizando até o momento mais de 4.350 filmes comentados. É um dos principais nomes da crítica de cinema do estado do Paraná.