A atriz Isabel Wilker é a nova convidada da série de entrevistas Um Certo Alguém, que entra no ar no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br no dia 5 de novembro (quinta-feira), às 13h. Durante a conversa, que pretende desvendar perspectivas relativas ao que o entrevistado pensa acerca do passado, presente e futuro, ela revela: “quando penso na minha maior saudade, a primeira coisa que me vem à cabeça é sempre meu pai, que faleceu em 2014,” conta ela, filha de José Wilker, que deixou um imenso legado de produções nas quais participou na frente ou atrás das câmeras.

O objetivo da série semanal é entrevistar artistas e pessoas do meio da arte e da cultura para criar um material curto e de rápido consumo, em que o entrevistado responde a quatro perguntas: qual é a história de sua maior saudade? o que mais te emociona? como imagina o amanhã? e quem é?

O passado de Isabel não é limitado à memória do pai, mas também a ela mesma. “Sinto saudades de habitar ou de revisitar pessoas que eu já fui e deixei para trás. De existir em algum lugar ou momento em que eu sentisse alguma espécie de tranquilidade de pensamento,” conta ela, que recentemente participou da novela Haja Coração, atualmente exibida em reprise na Rede Globo.

Em seu dia a dia, ela diz ser tocada por tudo o que a rodeia, inclusive em um sentido literal. “Absolutamente tudo me emociona. Escuto os vizinhos neste momento de isolamento social e me emociono com as conversas pela metade, com o vizinho que há meses treina e tenta aprender a tocar trompete”, conta ela, que prossegue, demostrando ouvidos afiados e sensíveis. “Ele toca muito mal, desafina, mas, no dia em que consegui reconhecer a música que estava vazando pela janela, me emocionei profundamente e vibrei muito: era Anunciação, de Alceu Valença. Me emocionei tanto com isso que eu mesma tirei meu clarinete da caixa e comecei a fazer aulas. Venho tentando tocar Asa Branca, de Luiz Gonzaga,” revela.

Para a atriz, o amanhã é difícil de ser imaginado de modo concreto. Ela conta que sonha muito. “Imagino mil coisas, mas não se trata de nada muito prático. Por exemplo, se teria coragem de fazer uma viagem espacial, caso fosse viável,” diz Isabel que diariamente, embalada pelos sons dos vizinhos, se pergunta quem é e nunca chegou a uma conclusão. “É como se, ao acordar, eu precisasse refazer um caminho. Desperto, vou recuperando os sentidos, entendendo onde estou e quanto tempo se passou desde que me entendi por mim mesma pela última vez”.

Para acessar as edições anteriores de Um Certo Alguém:
Tom Zé:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/tom-ze-um-certo-alguem
Natalia Borges Polesso:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/elza-soares-um-certo-alguem
Elza Soares:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/elza-soares-um-certo-alguem
Letrux:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/letrux-um-certo-alguem
Valéria Barcellos:
https://www.itaucultural.org.br/valeria-barcellos-certo-alguem
Bruna Valença:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/bruna-valenca-certo-alguem
Jarid Arraes:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/jarid-arraes-certo-alguem
Micaela Cyrino:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/micaela-cyrino-certo-alguem
Esmir Filho:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/esmir-filho-certo-alguem
Preta Ferreira:
https://www.itaucultural.org.br/preta-ferreira-um-certo-alguem
Denilson Baniwa:
https://www.itaucultural.org.br/secoes/entrevista/denilson-baniwa-um-certo-alguem

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