O casal Toni Reis e David Harrad e seus filhos são os autores do livro “Uma família de todas as cores e todos os amores” (Artêra, selo da Editora Appris). O lançamento será no próximo Dia dos Pais, 8 de agosto, e revelará a história e a trajetória de dois homens e seus três filhos. Vindo de realidades totalmente distintas, o curitibano Toni conheceu o londrino David em 1990, no metrô de Londres. E estão juntos desde então numa união de mais de 30 anos, marcante para o ativismo LGBTI+. O lançamento acontecerá das 11h30 às 13h, no auditório do Solar do Rosário (Rua Doutor Claudino dos Santos, 142), no Largo da Ordem, em Curitiba (PR), respeitando as normas de distanciamento social.
Toni e David narram suas infâncias, adolescências e juventude. E também a experiência de se descobrirem gay, com todas as implicações de aceitação coletiva, com dificuldades, conquistas e a realização do sonho de serem pais. Casados na Inglaterra desde 1990, foram um dos primeiros casais do mesmo sexo a terem a união reconhecida no Brasil, depois da decisão do STF, em 2011. Alyson, 20 anos, Jéssica, 18, e Filipe, 15, filhos do casal, contam ainda no livro como é a experiência de terem pais gays e a perspectiva deles do processo de adoção tardia.
“Esta pequena história não tem como objetivo proporcionar um modelo de família homoafetiva, apenas dar exemplos para que as pessoas possam entender e respeitar cada vez mais as famílias que não se enquadram no modelo tradicional. Nossa intenção em contar essas experiências é mostrar as dificuldades que tivemos, devido à repressão, à falta de conhecimento sobre a homossexualidade e à predominância da heteronormatividade, em nos identificarmos e posteriormente nos assumirmos como gays”, conta Toni Reis, que é diretor -presidente da Aliança Nacional LGBTI+.
“Uma família de todas as cores e todos os amores” é a segunda versão do livro “Direito de amar: a história de um casal gay”, publicado por Toni e David em 1996. Ele foi escrito num contexto em que a homossexualidade era pouco desmistificada no Brasil e não se reconhecia oficialmente a união estável entre pessoas do mesmo sexo no país. Hoje, o assunto da homossexualidade está muito mais presente na sociedade e não tão estigmatizado. Mesmo assim, a descoberta da própria homossexualidade, ou a de outras pessoas, pode ser uma experiência que provoque dor, confusão, rejeição, tristeza e outros sentimentos negativos. O objetivo do relato é mostrar que é perfeitamente possível para uma pessoa homossexual viver de forma feliz e em harmonia consigo e com os outros, mesmo que às vezes haja um caminho árduo a ser seguido até chegar a esse ponto.