Tomar um café especial em Curitiba virou uma experiência corriqueira para muitos. Com o número de cafeterias se multiplicando pela cidade e opções para todos os gostos e bolsos, fica cada vez mais difícil oferecer uma experiência única, diferente. Mas no coração da capital paranaense, no alto de um dos prédios mais marcantes e mais queridos da cidade, há um lugar que consegue se destacar. É o Café 217, localizado no Edifício Tijucas, no Centro.
O primeiro diferencial do local é a vista. Localizado no 20º andar do Tijucas, o espaço oferece uma vista deslumbrante do Centro da cidade, sendo possível visualizar no horizonte, entre outros pontos, o Museu Oscar Niemeyer (MON).
Outro destaque é a decoração, que foge do padrão dos cafés curitibanos e traz cores vivas num ambiente caseiro.
E não poderíamos deixar de citar, é claro, o cardápio, com cafés quentes e gelados, sodas e a possibilidade do próprio cliente fazer a sua mistura, criar o seu próprio café.
Idealizadora e proprietária do Café 217, Sue Ellen da Fonseca explica que o negócio começou a funcionar em setembro de 2021, mas a divulgação do espaço, efetivamente, só começou no início do ano seguinte, quando a decoração do local foi finalizada. “Em fevereiro estava do jeito que eu queria e daí comecei a divulgar”, relata.
O nome do café é inspirado no livro “O Iluminado”, de Stephen King. Na obra, o quarto 217 do Hotel Overlook é onde o menino Wendy Torrance entra um dia e encontra uma mulher numa banheira. No filme, entretanto, o diretor Stanley Kubrick decidiu mudar o número do quarto para 237.
“Eu gosto de filme de terror, livro de terror, desde pequena. E queria alguma coisa que tivesse a ver comigo, a decoração também. Daí e fiquei pensando, pensando… E antes eu tinha um ateliê de costura, na minha casa mesmo, e o nome já era 217. Daí acabou que ficou o café aqui com o nome 217”,
conta a empresária, que inicialmente tinha a ideia de fazer um ateliê e café num mesmo espaço, mas no final das contas acabou ficando apenas com o café, num negócio que envolve toda a sua família.
“Eu brinco que parece aquele filme ‘Casamento Grego’, que é toda a família trabalhando junto.”
Um espaço familiar e cheio de vida
Apesar do nome inspirado em filme de terror, a decoração do Café 217 é colorida, cheia de vida. Além disso, o espaço tem uma vida própria, pulsante. Quando o Bem Paraná esteve no local, por exemplo, havia uma mostra de obras de arte com trabalhos produzidos por artistas de um grupo chamado Curva. Há também um projeto que se encontra ali e volta e meia faz rodas de crochê, ensinando a arte para quem quiser aprender e/ou colaborar. “Estamos sempre inventando moda”, comenta Sue.
E inventar moda, de fato, é a especialidade da casa, inclusive (e especialmente) no cardápio, repleto de opções diferentes, exclusivas. Um dos mais pedidos, por exemplo, é o Zeca, café que leva o nome do pai de Sue, com quem ela tomava todos os dias café de tarde, na padaria. Outra pedida é o Pinhead, bebida à base de expresso, com leite e xarope de melancia. Servida no copo, a mistura fica tão bonita quanto gostosa.
“Eu invento moda, estou sempre trazendo alguma novidade. As sodas também o pessoal gosta e também gostam de misturar os sabores. E tenho muita coisa vegana e vegetariana também e não cobro leite adicional”, destaca Sue.
Apesar da história recente, o Café 217 já foi palco para grandes emoções. Tem gente que vai lá para trabalhar, passar tempo, assistir série… “Teve até pedido de casamento aqui, uma menina pediu a namorada em casamento. Vem também muito senhorzinho, gente de tudo que é faixa etária”.
Numa das mesas do estabelecimento, um segredo encantador. É uma mesa com gavetas e, um dia, um cliente pediu uma caneta. Sue não entendeu o pedido, já que a pessoa não tinha nenhuma folha, mas o atendeu. O cliente, então, pegou um guardanapo e escreveu um recado para os outros curiosos que abrissem as gavetas da mesa. “Agora tá cheio de bilhetinho ali. Tem de tudo: poemas, recados… É muito legal”.
Para quem quiser conhecer, o Café 217 fica no 20º andar do Edifício Tijucas (Av. Luiz Xavier, 68 – Centro). O espaço funciona de segunda a sexta, das 12 às 19 horas, e no sábado, das 12 às 18 horas. Após um recesso entre o final de um ano e o começo de outro, o local reabre nesta segunda-feira (9 de janeiro).
