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Reprodução Instagram

A atriz Thaís Vaz, conhecida por interpretar a personagem Flávinha em Malhação no ano de 2004, revelou que perdeu a visão do olho esquerdo após ser vítima de um episódio de violência doméstica. O caso ocorreu quando ela tinha apenas 19 anos e impactou profundamente sua vida pessoal e profissional.

Duas décadas depois, Thaís decidiu transformar sua dor em arte: está em fase de produção da peça “Hiena: o riso sobre o tóxico”, inspirada em sua história, que trata de relacionamentos abusivos, sobrevivência e o despertar feminino.

O episódio aconteceu durante um feriado de Carnaval em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Em entrevista à Marie Claire, a atriz contou que estava com amigos e com o então namorado quando uma discussão terminou em tragédia. Durante um surto de raiva, ele socou uma janela de vidro, que se quebrou e atingiu diretamente o olho da atriz.

“Ele bateu no vidro, que quebrou com força e atingiu meu olho. Foi tudo muito rápido, uma correria. Nem eu sabia o que tinha acontecido. O impacto formou uma estaca de vidro, que também perfurou o braço dele. Ele sangrou muito”, relatou.

Ambos foram levados ao hospital em estado delicado. Thaís passou por uma cirurgia de cinco horas, mas não conseguiu recuperar a visão.

“Me colocaram numa maca gelada. Fui operada por cinco horas, mas não recuperei a visão. Tive descolamento de retina, catarata traumática, corte na córnea… tudo de pior. No começo ainda enxergava um pouco, mas fui perdendo”, explicou.

Thaís também detalhou como os sinais de abuso começaram de forma sutil, por meio de controle e ciúmes. Um dos episódios que marcaram o início do comportamento agressivo aconteceu após ela participar de um desfile de biquíni escondida.

“Quando ele descobriu, disse: ‘Não quero namorada minha desfilando assim’. E foi aí que ele se considerou meu namorado. O pedido de namoro veio nesse tom agressivo.”

Ela descreveu o ex-parceiro como uma pessoa dominadora, que sempre acreditava estar certo e demonstrava comportamento explosivo. “Era um ciclo. Quando ele vinha com agressividade, eu retrucava, e virava uma briga.”

Hoje, Thaís encontra na arte uma forma de cura e denúncia. Em “Hiena: o riso sobre o tóxico”, ela aborda não apenas sua vivência, mas as de tantas outras mulheres que passaram por relacionamentos abusivos. A peça, segundo a atriz, fala sobre instinto, sobrevivência e resiliência.