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Foto: GNT

Convidado do programa “Saia Justa”, exibido nesta quarta-feira (6) no GNT, o cantor Junior Lima compartilhou um relato sincero e comovente sobre as dificuldades que enfrentou no auge da fama. Durante a conversa com Eliana, Bela Gil, Erika Januza e Juliette, o artista refletiu sobre os efeitos duradouros dos boatos que cercaram sua sexualidade no final dos anos 1990 e início dos 2000.

“Esses comentários geraram uma insegurança absurda, que eu nem entendia na época”, disse Junior, lembrando o impacto das fofocas que circularam durante sua adolescência – um período já desafiador, intensificado pela exposição e por um ambiente ainda profundamente machista.

Sensibilidade como alvo

Junior destacou que sua sensibilidade e empatia, características que sempre o acompanharam, muitas vezes foram mal interpretadas. “Sempre vivi rodeado por mulheres, cresci num ambiente artístico. Era simpático, dançava, me preocupava com as pessoas ao meu redor. Isso se voltou contra mim”, comentou, ressaltando que ser chamado de gay em si não o incomodava, mas sim o tom pejorativo e carregado de julgamento com que isso era feito.

Duas décadas de autoconhecimento

O músico revelou ter passado 20 anos em análise, buscando compreender e ressignificar os reflexos dessa pressão precoce: “Era tudo na base da fofoca. Mas o efeito disso em mim ainda ecoa até hoje. Eu tive que ser muito corajoso para continuar sendo quem eu era, sem negar minha essência”.

Ele reconhece que o preconceito ainda persiste, inclusive no meio profissional. “Tem gente que até hoje olha torto para mim. Mas aprendi a sustentar minha sensibilidade com orgulho”, afirmou.

Repercussão nas redes

A participação de Junior Lima no “Saia Justa” ganhou ampla repercussão nas redes sociais e foi destaque no portal GNT, gerando apoio e empatia do público. Seu depoimento jogou luz sobre as feridas deixadas pela cultura do boato e sobre o preço cobrado daqueles que ousam ser sensíveis em um cenário que ainda valoriza estereótipos ultrapassados.