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Alana Cabral, Sophie Charlotte e Dira Paes são as protagonistas de Três Graças — Foto: Globo/Victor Pollak Alana Cabral, Sophie Charlotte e Dira Paes são as protagonistas de Três Graças — Foto: Globo/Victor Pollak

De volta ao horário nobre depois de seis anos, Aguinaldo Silva prepara seu retorno com “Três Graças”, que estreia em outubro na Globo, no lugar de “Vale Tudo”. A trama, ambientada em uma comunidade da zona norte de São Paulo, pretende unir drama, romance, mistério e humor, com olhar afetuoso para mulheres que enfrentam a desigualdade, mas não perdem a capacidade de recomeçar.


“Busco homenagear essas mulheres com quem a gente cruza na rua, que saem muito cedo para trabalhar, figuras anônimas, mas profundamente humanas e batalhadoras. Queria fazer um retrato dessa mulher urbana”, explica Aguinaldo, que assina o folhetim ao lado de Virgílio Silva e Zé Dassilva, com direção artística de Luiz Henrique Rios.

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Três Graças tem Sophie Charlotte

Entre essas protagonistas está Gerluce, vivida por Sophie Charlotte, que afirma encarar uma das personagens mais intensas de sua carreira.


“Fiquei pensando como ia dar conta desta mulher que enfrenta tanta desigualdade. Quando pensamos no Brasil, pensamos nesse contraste: por que existem pessoas tão ricas e outras tão pobres? Estou muito feliz com cada cena dessa personagem”, diz a atriz, que esteve no ar em “Renascer”: “Verbalizei para mim mesma que queria contar a história de uma mulher exatamente como a Gerluce.”

Dira Paes faz mãe da favela


Ao lado dela, Dira Paes interpreta Lígia, uma mãe que aprendeu a viver de forma independente e a apoiar a filha, mesmo diante das dificuldades da favela.


“Minha personagem traz muitas reflexões. Mostra quem é essa mãe pioneira, que aprende a fazer tudo sozinha. Quando a filha se vê grávida, ela sabe que vai ter apoio da mãe. E é bonito mostrar que há felicidade mesmo em um ambiente com tantas faltas, como nas comunidades”, afirma.


Dira também antecipa momentos emocionantes ao lado de Marcos Palmeira, que interpreta Joaquim, um amor antigo que retorna para reabrir feridas e possibilidades. “Joaquim é a referência de um sonho que acabou. Temos uma cena muito bonita de tentativa de resgate dessa relação”, conta.


O elenco ainda traz novos rostos e diferentes perspectivas sobre a vida nas comunidades. Alane Cabral, estreando no horário nobre, vibra com a chance de dar vida à adolescente Joele: “Estou muito honrada. A Joele tem muito de mim”.


Já o rapper Xamã se emociona ao falar do impacto pessoal de estar no projeto. “Estou muito feliz de poder mostrar minhas vivências, trazer um pouco de tudo que vivi e de como o rap pode tirar as pessoas do crime, da rua, do mau caminho.”

Mais representatividade


“Três Graças”, segundo o diretor, busca ampliar a representatividade na faixa das nove e, ao mesmo tempo, celebrar a potência das relações familiares. “A novela fala de dor, mas também de amor, de amizade e de sonhos. É sobre reconstrução, sobre o desejo de ser feliz mesmo quando a vida impõe barreiras”, define Aguinaldo.


A trama chega com a expectativa de repetir o impacto cultural das novelas do autor, como “Senhora do Destino” e “Império”. Mas agora, o foco é outro: dar protagonismo às mulheres invisíveis das metrópoles brasileiras e apresentar um retrato sensível da favela sem reduzir sua narrativa à violência.


“Mostrar que existe alegria dentro da favela e da comunidade, é fundamental. A gente precisa falar das faltas, mas também dos encontros, da união e da esperança que surgem nesses lugares”, conclui Dira Paes.