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Maycon Hoffmann/TV Globo

A jornalista Dulcineia Novaes, um dos maiores nomes do jornalismo do Paraná e referência também no cenário nacional, comemora 70 anos de vida neste mês de agosto — e mais de 40 deles dedicados ao jornalismo. 

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Nesta sexta-feira (9), a RPC celebra essa jornada com uma série de reportagens nos telejornais, trazendo uma retrospectiva emocionante de sua carreira, marcada por credibilidade, sensibilidade e profundo vínculo com o Paraná e com os telespectadores.  Além disso,  Dulcineia Novaes, que é repórter da RPC, também estará em destaque no Globo Repórter, assinando a reportagem diretamente da República Dominicana, junto à equipe da emissora paranaense. A matéria revela os contrastes do país caribenho além dos roteiros turísticos, mostrando histórias de luta, sonhos e oportunidades — com o olhar sensível de quem viveu intensamente cada encontro. “Foi uma das experiências mais marcantes da minha carreira. Voltei diferente, mais tocada, mais grata”, relata. 

Nas reportagens especiais ao longo da programação, Dul, como é carinhosamente chamada, concedeu uma entrevista emocionante, em que relembrou passagens marcantes da carreira, as aventuras e desafios do Globo Repórter, as entradas em Rede Nacional e a conexão com o público, que ela define como o maior presente de sua profissão: “A minha vida inteira está nesse jornalismo que eu fiz. Essa relação com o telespectador é um presente, e é por isso que eu continuo com tanto amor pelo que faço.” 

 Dulcineia Novaes: uma vida de histórias dentro e fora da TV 

Com uma carreira que se confunde com a própria história da televisão no Estado,  Dulcineia Novaes é referência para gerações de jornalistas e segue inspirando o público com sua autenticidade. Nascida em Martinópolis (SP), filha de um funcionário da antiga Companhia de Força e Luz de São Paulo e de uma dona de casa, Dulcineia viveu ali até os três anos, quando perdeu precocemente o pai. “Minha mãe trabalhou como empregada doméstica, depois virou encadernadora e sempre priorizou a nossa educação”, conta com orgulho.  
 
Com uma família com poucos recursos e muitos sonhos, mudou-se para Assis e depois Londrina, onde estudou Comunicação Social na UEL. “Fui muito incentivada por professores. Um deles me disse: ‘Você daria uma excelente escritora’. Mas eu precisava trabalhar logo. Comecei a faculdade e o primeiro emprego juntos. Com o primeiro salário, paguei minha mãe, abri uma poupança, comprei um brinquinho de ouro”, lembra ela.  

Foi em Londrina também que começou a carreira no jornalismo, em 1979, atuando na Folha de Londrina. Em 1981, recebeu o convite para trabalhar na televisão, a TV Coroados, hoje a RPC Londrina. Em 85 casou-se e em 87 foi transferida para RPC Curitiba, pois a essa altura já era repórter do Jornal Nacional.  

44 anos de Rede Globo

Na RPC, onde está até hoje, 44 anos de casa, cobriu os principais fatos do Estado e do país e se tornou uma figura presente no cotidiano dos paranaenses. Dul relembra como começou a vida de repórter: “foi um convite. Toda vez que tinha entrevista coletiva juntava aquela turma do impresso e da tv e eles falavam assim: ‘Quando é que você vem trabalhar com a gente’? Falava assim: ‘Ah, quando vocês me chamarem’. Mas nem aí, eu nunca imaginei que um dia eu ia trabalhar em televisão. Comecei tremendo com um microfone na mão que nem vara verde”. 

Dulcineia Novaes contou que no segundo semestre de faculdade pensou em mudar de curso: “eu fui tentar o vestibular para odontologia. Eu achava que eu não tinha jeito para aquilo. Falei: ‘Não, meu negócio é ficar num consultório entre quatro paredes, cuidando da saúde bucal das pessoas’, sorri. 

Na televisão, a jornalista nunca contou quantas matérias já fez – em um ano, mais de 100 para Rede Nacional, porém coleciona reportagens especiais no Globo Repórter, com gravações em locais como Romênia, Noruega, Havaí, Madagascar, Ilhas Canárias, Ilha Madeira, Paraguai agora República Dominicana.  

Nesses anos todos de profissão, enfrentou ainda um dos maiores desafios: uma pandemia em casa. Com mais de 60 anos, e com protocolo rígido de segurança, se reinventou, aprendeu e fez da sua casa a sua própria redação: “Eu só não editei em casa, mas eu produzi, fiz as reportagens, entrei ao vivo em Rede Nacional.