50 anos depois, Otelo volta a ser julgado em Curitiba

Misturando dramaturgia e Direito para sentenciar um dos crimes mais famosos da história, o espetáculo reúne ator e juristas dia 23 de setembro, no Guairão

Redação Bem Paraná

No dia 23 de setembro, no Guairão, juristas de renome sobem ao palco para julgar o general mouro da literatura shakespeariana, Otelo, pelo assassinato de sua esposa Desdêmona.

Um julgamento que nem Shakespeare poderia prever, O Julgamento de Otelo, homenageia os 80 anos do Centro Acadêmico Hugo Simas (CAHS), entidade representativa dos estudantes de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A ideia de montar o espetáculo surge da proposta de resgate histórico da atual gestão do CAHS. Isso porque O Julgamento de Otelo já foi realizado uma vez, há exatos 50 anos, pelo Centro Acadêmico, que na época era presidido por Munir Karam, atualmente desembargador do Tribunal de Justiça. O próprio Karam, por sinal, coordena o evento ao lado de René Ariel Dotti, também renomado jurista brasileiro.

Aproveitando a data fechada de 80 anos do CAHS, a gestão atual não demorou a solicitar a tutoria de ambos, pela experiência com a apresentação anterior. Há algum tempo se falava em fazer uma nova edição d’O Julgamento, mas nunca tinha saído do papel, até agora, explica Mayara Tonin, representante do CAHS, isso acabou sendo bom pra nós, que agora podemos comemorar estes 80 anos de história em alto estilo.

A edição atual contará com Técio Lins e Silva como advogado de acusação e o paranaense Jacinto Nelson de Miranda Coutinho como defesa. O juiz Daniel Ribeiro Surdi de Avelar será o responsável pela sentença, e, como protagonista do espetáculo, o ator Danilo Avelleda interpretará o réu, Otelo. A direção cênica ficou por conta de José Plínio Taques Martins.

E, para quem pensa que o resultado pode ser previsível, esta edição contará com um diferencial que, necessariamente, a torna diferente da anterior: enquanto a primeira teve o júri composto pelo modelo inglês, com doze participantes, a nova será feita pelo modelo brasileiro, composto por sete jurados.

Deste modo, o empate, como no resultado da adaptação de 1961, fica impossibilitado. Teremos um novo julgamento, utilizando a legislação brasileira corrente e um resultado inédito, explica Mayara, a inspiração no espetáculo de 61 não pode ajudar prever o resultado: nem o próprio Shakespeare poderia prever.

Serviço:

Local: Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto – Guairão

Endereço: Rua XV de Novembro, 971

Data e horario: 23 de setembro de 2011 (sexta-feira), as 20h30

Ingressos: A partir de R$ 15,00