Consagrada pelo público e crítica como uma das maiores bailarinas brasileiras de todos os tempos, Ana Botafogo celebra em Curitiba uma dupla comemoração, seus 35 anos de carreira e 30 como primeira bailarina do Theatro Municipal. A única apresentação acontece no sábado dia 17 de setembro, no Guairão.
Para a ocasião ela selecionou um novo desafio para sua carreira, o bailado Marguerite e Armand, uma versão de A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, com coreografia de Frederick Ashton, criada em 1963, especialmente para a lendária bailarina inglesa Margot Fonteyn.
Há 35 anos como bailarina, Ana Botafogo dançou profissionalmente pela primeira vez no tradicional Les Ballets de Marseille. Com uma estreia estimulante, o que se viu depois foi uma trajetória meteórica.No Brasil, ingressou como dançarina principal do Balé Teatro Guaira e, cinco anos depois, em 1981, debutou no lendário Theatro Municipal do Rio de Janeiro já como primeira bailarina. Há 35 anos, os grandes momentos do balé clássico brasileiro passam pelos pés de Ana Botafogo.
Ana Botafogo conta que pensou muito até definir qual personagem ela interpretaria nessa comemoração. Queria algo novo, que nunca tivesse dançado. Quando me ocorreu a Marguerite, não tive dúvida. Há alguns anos Dalal Achcar e Peter Wright sugeriram que este era um balé talhado para mim. Pouco depois foi a vez de Bibi Ferreira dizer que havia visto Margot dançar, que esta coreografia tinha elementos dramáticos e ela me imaginava neste papel. Decidi-me, contextualiza Ana.
É um papel sob medida para este momento da minha carreira, para uma bailarina experiente e com tantos anos de estrada. Marguerite e Armand é a culminância dos clássicos que eu já encenei nestes 35 anos, complementa.
Ana terá como parceiro, no papel de Armand, Federico Fernández, principal bailarino do Teatro Colón, que terá a responsabilidade de dançar o mesmo papel interpretado por Rudolf Nureyev, que formou com Margot Fonteyn a mais famosa parceria da história do balé. Os dois dançarão a música original de Liszt, no ano do bicentenário de nascimento do compositor húngaro.
A regência fica a cargo do maestro Henrique Morelenbaum, que também participou da estreia de Ana Botafogo como primeira bailarina do Theatro Municipal, em Coppélia, e regeu para Margot Fonteyn quando ela esteve no Brasil em 1967. A remontagem é de Grant Coyle, o principal coreólogo do Royal Ballet, de Londres.
A turnê que marca os 35 anos de carreira de Ana Botafogo, contará com a coreografia Treze Gestos de um Corpo da portuguesa Olga Roriz, e música de Antonio Emiliano, com participação do Balé Guaira, no qual Ana Botafogo estreou profissionalmente no Brasil, e inda do Dono Beatriz, de O Grande Circo Místico, coreografia de Carlos Trincheiras.
Serviço:
Local: Guairão
Endereço: Praça Santos Andrade – Centro
Data e horário: Dia 17 de setembro (sábado), as 21h
Preço: R$ 80,00