De 29 de março a 08 de abril a Caixa Cultural de Curitiba recebe a Mostra Novos Repertórios, parte da programação do Fringe, do Festival de Teatro de Curitiba. A palavra inglesa significa margem e empresta seu sentido literal à mostra: é o Fringe que possibilita a abertura democrática do Festival às companhias e peças sem curadoria, esboçando um panorama completo do teatro brasileiro.

A mostra Novos Repertórios tem como objetivo exibir o quadro contemporâneo das produções curitibanas, de grupos comprometidos com pesquisa e montagem de novas dramaturgias.

A expressão novos repertórios carrega uma pitada de ironia. Pois, por um lado, há a associação com a idéia do teatro de repertório e, por outro, há a palavra novo, que coloca tudo em uma dimensão um tanto instável. De certa forma, é preciso deixar de ser novo para tornar-se parte de um repertório.

A mostra é uma insistente tentativa de criar novos paradigmas de escolha. E isso se faz por uma via negativa: buscando outro sentido de unidade dentro da diversidade, evitando a certeza e abrindo espaço para a surpresa.

Peças da Mostra:

SOPHIA LOREN NÃO É MARLON BRANDO – Companhia Subjétil
Direção: Darlei Fernandes

A partir do conceito de gadgets da psicanálise, a Cia Subjétil, aborda na cena as questões de beleza e perfeição. Mesclando dança e teatro, a peça traz ao público o aprofundamento da pesquisa da companhia em dramaturgia espacial e no gesto. Tomando emprestados os nomes de dois ícones do cinema mundial, os atuantes apresentam ao público seus sonhos e devaneios pela fama, contrapondo os com as suas vidas reais.

DARWIN – Processo Multiartes
Direção: Fábio Salvatti

O espetáculo Darwin é composto por quadros motivados por fontes diversas, do próprio cientista a Shakespeare, Homero e Paulo Leminski, além de recortes de jornais, canções populares, depoimentos pessoais, em um resultado que transcende um gênero dramático específico

A CIDADE – Inominável Companhia de Teatro
Direção: Márcio Mattana

Sob a superfície dos pequenos dramas de uma tradutora, um marido, uma filha e uma vizinha, a peça cria um enigmático jogo em que os piores pesadelos da vida cotidiana são sutilmente sugeridos, mas jamais chegam a ser completamente revelados. Lançada em 2008, A Cidade é a obra mais recente de Martin Crimp, um dos mais brilhantes dramaturgos britânicos da atualidade, o mesmo autor de obras primas comoAtentados e Menos Emergências.
 
ILÍADA – CANTO I – Ilíadahomero
Direção: Octavio Camargo

A Ilíada é um dos textos mais antigos do mundo e Homero o primeiro poeta da literatura ocidental. O monólogo de Claudete Pereira Jorge encenará o texto integral do Canto I da Ilíada, na tradução de Manuel Odorico Mendes.

VACA PRÓDIGA – Teatro de Breque
Direção: Nina Rosa Sá

A Vaca Pródiga é a mais nova parceria entre a companhia e o dramaturgo norte americano Mark Harvey Levine. O texto é curto e sugere uma brincadeira com a parábola do Filho Pródigo, a partir do ponto de vista de uma vaca. O animal será sacrificado para ser oferecido de jantar na festa de retorno do filho. A montagem busca expandir alguns dos signos e contextos explícitos na obra, interagindo de modo a criar um diálogo criativo com a obra do norte americano.

SALIVA – Dezoito zero um Cia de Teatro
Direção: Alexandre França

Um homem atira em sua própria cabeça. Do furo da bala, nasce uma outra boca. E desta boca, uma outra cabeça. A nova peça da Dezoito Zero Um – Cia de Teatro trata da construção de novos universos linguísticos de significação do ser humano. Um homem tenta reconstituir o seu passado ao reconstruir a sua fala. A arquitetura de frases e expressões acompanha este processo de evolução que se dá em espirais e o espectador se depara com uma nova concepção de sujeito. Não mais o homem íntegro, binário e dicotômico, mas sim um sujeito constituído de vários sujeitos, múltiplo.

Serviço:

Local: Caixa Cultural

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro

Data: de 29 de março a 08 de abril de 2012

Preço: A partir de R$10,00