A Caixa Cultural apresenta a comédia Ninguém Falou que Seria Fácil, de 08 a 10 de junho. O texto de Felipe Rocha, dirigido por Alex Cassal, recebeu os prêmios Shell, APTR e Questão de Crítica em 2011 como melhor texto dramatúrgico. A peça apresenta uma série de episódios cotidianos em situações inusitadas, misturando a linguagem dos filmes franceses dos anos 70, dança contemporânea, dramas familiares, exercícios metalinguísticos e fábulas para crianças.

O espetáculo é, ao mesmo tempo, ácido e afetuoso. Felipe Rocha, também ator, Renato Linhares e Stella Rabello trazem as relações familiares para o centro da arena. Os episódios iniciam com a discussão de um casal em um vertiginoso jogo de troca de papéis: um homem se torna pai, mas não quer deixar o colo da mãe; uma filha argumenta racionalmente sobre as razões para não largar a chupeta; irmãos disputam comida, espaço e carinho.

 O fato de eu escrever esse texto agora se comunica com a experiência da paternidade, esse momento em que a gente vira pai e continua sendo filho, aonde a gente revive muito da nossa infância a partir do ponto de vista oposto ao que a gente tinha quando era apenas o filho, conta o Felipe Rocha.

A narrativa de Ninguém Falou que Seria Fácil passeia entre o humor, a ironia, os jogos de linguagem e as brincadeiras anárquicas de desconstrução e reconstrução das convenções teatrais. Um humor situado entre os Trapalhões e o grupo Monty Phyton; referências a um pop nostálgico, que vai de Jean-Paul Belmondo a filmes B de ficção científica, tudo marcado por um desejo de liberdade narrativa.

Os criadores Alex Cassal, Felipe Rocha, Stella Rabello e Renato Linhares vêm trabalhando juntos em uma série de espetáculos de teatro e dança de diretores como Cristina Moura, Dani Lima, Christiane Jatahy e Enrique Diaz. Tanto Felipe quanto eu, passamos por áreas diversas, como o teatro, a dança, o circo. Nós temos em comum a vontade de trafegar por linguagens diferentes, vontade de pensar o que é a estrutura cênica, como podemos entrar e sair das regras estabelecidas de personagem, de unidade de tempo e espaço, de relação com o espectador, o quanto o espectador tem que acreditar no que vê, pontua Alex Cassal.

A exploração de novas formas de estar em cena, mais a cumplicidade fluida deste trio de atores, resulta em um espetáculo vigoroso, de humor perturbador e energia contagiante.

Serviço:

Local: Caixa Cultural

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro

Data e horário: de 08 a 10 de junho (sexta-feira a domingo), sexta e sábado às 20h e domingo às 19h

Preço: A partir de R$ 5,00