Espetáculos Festival de Curitiba

É tempo de lembrar o teatro!

Manual de sobrevivência ajuda que quer ver uma peça

Fernando Klug, especial para o Bem Paraná

Temos Festival! Ladram alguns, mas a caravana passa fazendo diferença no panorama teatral brasileiro. Em tempos de “Capitalismo selvagem”, muitas carroças contam muitos pontos. Março é alegria.  Teatro, cardápio.

Que bom que temos a Cia dos Atores, do Enrique Diaz, que bom que temos o João das Neves, Newton Moreno, Renata Sorrah, Clarice Lispector. Parece que este ano a Mostra vai decolar. Que bom que a Ópera de Arame ficou destinada aos espetáculos maiores e visuais. Há, neste ano, maior abrangência de gêneros. Sinto falta, apenas, daqueles horários diferenciados, das peças, um dia 21h30 e outro 20h00. Podíamos assistir mais. E a lotação vai deixar provado que algumas peças deverão ter 3 apresentações, para 2011, e não só duas. Que bom que temos o Curitiba Comedy Club, para stand up. E o Regina Vogue (pag 69 do Guia) trazendo excelentes comédias.

Outro acerto foram reunir alguns eventos em locais específicos: o íntimo Novelas Curitibanas, com as experimentações indicadas por Chico Prelucio (Galpão). Os espetáculos clowns/circenses indicados por Beto Andretta (Pia Fraus), no Cleón-Jacques (o espaço já fica preparado para este tipo de evento, evitando o monta-desmonta. Mas estabelecer o Mini-guaíra e Casa Vermelha para dramas, o auditório do Museu Oscar Niemeyer para comédias, o Espaço Cênico para Experimentação (o que define experimentação?)… os espaços poderiam servir a qualquer gênero; e dá a impressão de que é só ali que há dramas, só ali há comédias. E achei curioso chamar a mostra do HSBC de Sucessos de Público. Sucessos como? Para qual público? Mas são pequenas coisas cujo acerto vai se verificar na prática.

Não percam a Mostra de Dramaturgia do SESI (alô, Ana Zétola!), trazendo uma safra de autores resultante das excelentes Oficinas de Dramaturgia, produzidas pelo Marcos Damaceno e coordenadas pelo Roberto Alvin, páginas 151 e 180 do Guia do Festival! Atenção para a Coletiva de Pequenos Conteúdos (página 159).

 

MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA
 

1) Liste as peças pretendidas.

2) Procure saber se a peça foi cancelada ou mudou de local. Isso andou acontecendo

algumas vezes, ano passado, até na Mostra Contemporânea. Ligue para o teatro, não para a coordenação do Festival. Aproveite e confirme horários e preços.  E se a peça é lá mesmo. E se o teatro é no local que diz no manual. E se o teatro está em perfeitas condições.  Há uns anos, num certo teatro, havia goteiras que pareciam fazer parte do espetáculo.  

3)Espetáculos há para todos os gostos. A melhor forma de auxiliar fez aquela revista que, na sessão de cinema, trazia a opinião de 10 críticos sobre 10 filmes. O leitor escolhia o crítico que tivesse o gosto parecido ao seu. Como aqui não é possível, aconselho examinar bem as sinopses. No Google, busque referências: a peça, o grupo e o diretor. Vá a jornais ou ao site do grupo. O grupo existe há muito tempo? Não se iniba em contactar o grupo, por e-mail ou fone, para saber mais. Tente achar cenas no youtube.  No orkut, existe a comunidade Festival de Teatro de Curitiba. Aproveite! E, é claro, leia o que a imprensa anda falando.

4) Confira se a peça é mesmo o que diz no release.  E o tempo de duração. Aliás, acrescente 15 minutos  ao tempo: com tantas peças num mesmo teatro, pode atrasar um pouco. Mas não se atrase: há peças que começam exatamente na hora, e não se entra depois.

5) Ah, compre o ingresso. É importante. E, ao ir, leve os documentos.