Entra em cartaz no dia 10 de fevereiro a peça Corte Seco, na Caixa Cultural. O espetáculo é da Companhia Vértice de Teatro, estrelado por Eduardo Moscovis e grande elenco. Dirigida por Christiane Jatahy, a montagem é uma espécie de crônica fragmentada da contemporaneidade, formada a partir de histórias pessoais, processos judiciais e matérias jornalísticas. Em um exercício de metalinguagem, a diretora muda a ordem das cenas editando a peça ao vivo.
Corte Seco é uma mistura de referências, fatos e histórias, que se transformaram em cenas. Responsável por transformar este material em uma dramaturgia final, Christiane concebeu o texto com situações que se entrelaçam e se sobrepõem, formando uma espécie de mosaico de relações.
É um espetáculo plural, em que os múltiplos focos partem da realidade para constituir uma ficção. Como em um quebra cabeça, a peça é remontada a cada dia, explica a diretora, que frisa que não se trata de um espetáculo de improviso: Há janelas abertas para a improvisação, mas não é a linha deste trabalho.
A intenção é criar um curto circuito do real, colocando à mostra as diversas camadas da sociedade, construindo uma cena cheia de ambigüidade entre real e ficcional. A peça deixa todas as estruturas de dramaturgia aparentes. A plateia percebe como os atores constroem o espetáculo ao vivo, estou com eles no palco, junto com os operadores de som e de luz, que também recriam parte do trabalho a cada dia, explica a diretora.
A Cia Vértice de Teatro foi criada em 2000, pela diretora Christiane Jatahy e pelo cenógrafo Marcelo Lipiani, com a colaboração dramatúrgica do autor espanhol José Sanchis Sinisterra. A pesquisa de linguagem transita por algumas zonas de fronteira, tais como a presença real do ator na cena e a referência ficcional do personagem, a indefinição proposital entre o território do ator e o do público e o uso de espaços não convencionais ou uso não convencional de espaços tradicionais.
Dentre as diversas montagens, se destacam Conjugado (2004 – Christiane Jatahy), indicado a dois prêmios Shell e três prêmios Qualidade Brasil e vencedor do Prêmio da crítica de melhor espetáculo no Festival de Havana; e Leitor por Horas (2006 – José Sanchis Sinisterra), indicado a três prêmios Shell e quatro prêmios Qualidade Brasil.
Serviço:
Local: Caixa Cultural
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro
Data e horário: De 10 a 12 de fevereiro de 2012 (sexta-feira a domingo), sexta e sábado às 21h e domingo às 19h
Preço: A partir de R$10,00