Festival tem circo, sim senhor!

Caravana, novo espetáculo do Circo Roda, estreia no Festival de Teatro de Curitiba

Bem Paraná

Celebrar a memória do circo brasileiro moveu o Circo Roda a encenar sua quarta produção: Caravana – Memórias de um Picadeiro. Com idealização e argumento de Beto Andreetta, direção de Chico Pelúcio e dramaturgia de Luís Alberto de Abreu, o espetáculo conta a aventura de um circo e suas viagens pelos estados brasileiros, por meio das lembranças de um velho palhaço, Caturrão. A estréia nacional será no Festival de Teatro de Curitiba, que acontece de 27 de março a 08 de abril.
Caravana conta sobre o encontro de Caturrão com uma pequena fã, durante sua última apresentação. Na conversa, ele vai lembrando de todos os lugares pelos quais passou. Números de trapézio, acrobacias, arame, malabares, magias e reprises de palhaços ajudam a contar a melodramática história. A cada lembrança, Caturrão leva a plateia a desfrutar um pouco da cultura popular recheada de dança, música e de impactantes números circenses.
Em sintonia com a ideia que o gerou, o Circo Roda segue prestando sua homenagem ao circo tradicional, ao mesmo tempo em que renova a linguagem circense, por meio de uma narrativa poética que exalta os aspectos culturais de cada região brasileira e a maneira como influenciou toda a diversidade de expressões que os circos abrigam.
O diretor do espetáculo Chico Pelúcio (Grupo Galpão e diretor do Centro Cultural Galpão Cine Horto/BH), fica à vontade com a linguagem voltada à cultura popular. Por meio da narrativa de um velho palhaço buscamos mostrar ao público a tradição do circo brasileiro mergulhando em seu formato tradicional de espetáculo e, ao mesmo tempo, contemplando um singelo melodrama de circo-teatro, diz. O trabalho conta com a dramaturgia de Luiz Alberto de Abreu, um dos principais dramaturgos e roteiristas de cinema do país, que traz toda sua pesquisa do universo da arte popular para, a partir do argumento de Beto Andreetta, apresentar um texto feito em versos, com ditos e brincadeiras populares que dialogam com os números circenses. Abreu amplia as imagens realizadas em cena e, visitando o imaginário popular, conecta passado e presente, o que certamente vai emocionar crianças e adultos. Posso dizer que é uma homenagem a essa arte tão importante em nosso país, comenta Pelúcio.
Circo Roda — O Circo Roda surgiu da união dos grupos teatrais Parlapatões e Pia Fraus, no início de 2006, com o objetivo de renovar o conceito da atividade circense. A junção das companhias aproveita as características de suas linguagens específicas, compondo uma unidade no que diz respeito à comunicação direta com a plateia, à utilização de recursos de picadeiro, a uma constante pesquisa cênica e à manutenção de seus respectivos repertórios.
O Circo Roda realizou três grandes produções, todas apresentadas no Festival de Teatro de Curitiba: Stapafúdyo (2006) Oceano (2008) e DNA: somos todos muito iguais (2010). E já passou por mais de 30 cidades brasileiras, atingindo a marca de mais de 600 mil espectadores. Em abril, em seguida à estreia de sua nova produção em Curitiba, o Circo Roda inaugura um centro de treinamento e formação em artes circenses na cidade de São Paulo.