É um desdobramento de um de seus projetos recentes, o Mini-teatro ecológico que o grupo de bonecos mineiro Giramundo, traz para Curitiba, de graça, por conta do Boticário. O tema, cuidados com meio ambiente. Ulisses Tavares, diretor do Giramundo contou que o projeto nasceu 2002, de olho na educação ambiental.  “Recebemos um convite para trabalhar com este tipo de informação que se agregou a uma vontade antiga do grupo de trabalhar com marionetes de tamanho pequeno e para um público menor”, conta.

As primeiras edições foram com  temas mais genéricos e logo novos convites alteraram o desenho original. “Averiguamos  que o público atingido, crianças em idade escolar básica, sabia muito pouco sobre fauna, flora e ecossistemas brasileiros. Pedia-se para falarem o nome de um macaco e o lembrado era o chimpanzé, sempre referências de outros paises, nunca  às riquezas do Brasil.  No máximo, algo da Amazônia, mas sem conhecimento real”, conta. Diante disso, o grupo decidiu investigar  problemas ambientais mais recorrentes nos ecossistemas brasileiros e nasceu uma nova montagem, A Mata Atlântica. “Fomos pesquisando e ligando questões do meio ambiente a música regional, folclore e assim foram se juntando personagens  como o curupira, tupi-guarani”. Vieram então montagens sobre o Serrado, Caatinga,  Amazônia.  “O projeto se propõe também a ser um  livro, com introdução a biologia e também queremos fazer em vídeo”, explica o diretor sobre o material que espera no futuro disponibilizar para o grande público.

O projeto já estava nesse pé, quando o Giramundo aceitou o convite do Boticário para contar a história do Dr Botica, que em seu laboratório ensina a um aprendiz formas básicas de comportamentos que não agridam o meio ambiente. Já que chegamos a uma empresa paranaense, é bom falar que a  maré não anda das melhores para os bonequeiros locais, mesmo com profissionais de primeira, não canso de repetir. No resto do Brasil, porém, a coisa  toda tá um pouco diferente. É o que observa do diretor do Giramundo que em 40 anos de bons trabalhos alcançou um patamar que o diferencia.  “Sou sempre otimista com o panorama. A leis de incentivo são importantes e noto uma grande mudança que vem  delas, que é a aproximação com a iniciativa privada”, pondera o diretor do grupo muito solicitado também  em  televisão e cinema e publicidade. “Tudo isso fora de  lei, e é o que buscamos, inclusive”, assegura.  Mesmo navegando em seu otimismo, Tavares sente  em 2009 as dificuldades da tal crise econômica que apavorou empresas que por anos faturaram bem. “Repercutiu em todos os setores, mas acho que está se recuperando e reafirmo: o interesse privado está havendo”, assegura, acrescentando que “sobre o Paraná, especificamente, não saberia responder”.

Tavares também não soube avaliar sobre se a falta de envolvimento do empresariado com projetos de seu estado é peculiaridade do Paraná. “Bom, estamos com novidades dentro do Minc… o percentual para lei vinha crescendo, mas identificar problemas nos estados, realmente não saberia”, diz. Razão para seu olhar positico está também na observação da quantidade de grupos em atividade e conseguindo realizar suas montagens, sinal de que o “o panorama de teatro de bonecos no Brasil como um todo deu uma melhorada”.  “Nosso foco é mesmo ir para a area comercial, que é a solução”, defende.  “Porque quando a cultura de fato tiver esse alcance, com as pessoas consumindo cultura como um bem apropriado deve ser, vamos todos caminhar melhor. Isso ainda é tímido, mas aos poucos  começamos a ocupar espaço em centros comerciais e publicidade”.

Curitiba —   Os bonequeiros daqui sabem que a iniciativa privada, infelizmente, não parece tão atenta. A cidade, no entando, vem amargando a quase não realização de um dos mais  tradicionais eventos da cidade, o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, há anos. Segundo o Teatro Guaíra, um dos realizadores não houve interesse dos empresários, mesmo com projeto aprovado na Lei Rouanet. Por isso – e sem nem pensar em questionar a indiscutível qualidade do Giramundo,  e mantendo distância também do bairrismo burro que impede um diálogo – que veio à tona a pergunta do porque o Boticário convida um grupo mineiro para um projeto tão interessante mas não ajudou o festival curitibano, que foi praticamente  desmantelado nos últimos anos.  Também por  conhecer o histórico do Boticário,  que demonstra diariamente seu apreço pela arte bonequeira, esta pergunta incomoda.

 A empresa reafirma, via assessoria de imprensa,  sua atenção ao teatro de bonecos e diz que “investe na arte bonequeira local. E aprecia também a arte bonequeira nacional. Por isso, além do Teatro de Bonecos Dr. Botica  traz a oportunidade dos curitibanos conhecerem, gratuitamente, o trabalho de um grupo nacionalmente conhecido. Trata-se de uma forma de valorizar e chamar a atenção do público para a beleza desse tipo de espetáculo. O Giramundo também realizou recentes apresentações promovidas pelo Boticário em outras praças de atuação da empresa.  Assim, a empresa acredita estar investindo também na difusão nacional da arte bonequeira.

Serão 16 apresentações este mês
Serão 16 apresentações gratuitas em diversos pontos de Curitiba e de São José dos Pinhais. Quem não teve a oportunidade de assistir ao espetáculo Aprendiz de Botiqueiro apresentado no início do mês, durante a 1ª Bienal Internacional do Livro de Curitiba, vai poder aproveitar agora a programação que vai se espalhar por Curitiba. Na peça, os personagens Dr. Botica e seu aprendiz Kioto interagem com o público, levando informações sobre a importância da preservação do meio ambiente.  As apresentações ocorrem até 19 de setembro em locais como Jardim Botânico, parques Barigui e São Lourenço, além de escolas municipais. 
Essa é a primeira vez que o Giramundo traz para seu espetáculo um personagem de fora de suas histórias de bonecos, o Dr. Botica, criado pelo Boticário. Além das apresentações na capital paranaense, eles passaram por Brasília e Belo Horizonte.

Programação
Dia 12: Comunidade Escola – Escola Municipal Helena Kolody – Curitiba
Rua Humberto Bertoldi, 281 – Campo de Santana- Curitiba
Horários: 11h e 15h
Dia 13:  Jardim Botânico de Curitiba
Endereço: Rua Ostoja Roguski, s/n – Bairro Jardim Botânico – Curitiba
Horários: 10h30 e 16h
Dia 14: Local: Escola Municipal Profª. Maria Marli Piovezan
Endereço: Rua Velcy Bolívar Grandó, 105 – Bairro Uberaba – Curitiba
Horários: 10h e 14h
Dia 15: Escola Municipal Pró-Morar Barigui
Endereço: Rua Arthur Martins Franco, 1803 – Bairro CIC – Curitiba
Horários: 10h e 15h
Dia 16: Escola Municipal Prof. Adriano Gustavo Carlos Robine
Endereço: Rua Vereador Elias Karam, 1060 – Bairro Fazendinha – Curitiba
Horários: 10h e 14h30
Dia 17: Escola Municipal São José
Endereço: Colônia Murici – São José dos Pinhais
Horários: 10h e 14h
Dia 18: Parque São Lourenço
Endereço: Rua Mateus Leme, esquina com Rua Nilo Brandão – Bairro São Lourenço – Curitiba
Horários: 10h e 14h
Dia 19: Parque Barigui
Endereço: entre a BR-277 e a av. Manoel Ribas – Bairros Champagnat e Cascatinha – Curitiba
Horário: 11h e 15h