História de vedetes no Teatro Novelas Curitibanas

O espetáculo “Orinoco” fica em cartaz até o próximo dia 28 de agosto

Redação Bem Paraná

O Teatro Novelas Curitibanas, uma das unidades da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), abriga a temporada de apresentações da peça “Orinoco”, encenada pela companhia curitibana A Armadilha. O espetáculo tem sessões até o dia 28 de agosto, de quinta a domingo, sempre às 20h, com entrada franca.

Sob a direção de Diego Fortes, o texto de Emílio Carballido (1925 – 2008) – considerado o pai da dramaturgia contemporânea mexicana – ganha vida na interpretação das atrizes Maureen Miranda e Raquel Rizzo, nos papéis das vedetes Fifi e Mina.

Em seu terceiro trabalho apresentado no Novelas Curitibanas – os outros foram “Jornal da Guerra contra os Taedos” (2009) e “Os Invisíveis” (2010) -, o grupo A Armadilha aborda as metáforas da obra de Carballido. Elas representam a batalha que todos travam entre a esperança imaginativa que nos diz que tudo é possível e o sentido de realidade que nos assenta os pés no chão. Fifi é a representação máxima do sonho e do otimismo, enquanto Mina – mais madura e experimentada – é amarga em relação à vida e às perspectivas de futuro.

As duas viajam a bordo do cargueiro Stella Maris para entreter os trabalhadores de um campo petrolífero às margens do Rio Orinoco, na Venezuela. Entre os ensaios dos números musicais e algumas discussões, Mina e Fifi se dão conta de que a tripulação sumiu.”As artistas passam a ser tratadas como carga, mostrando que a arte, muitas vezes, é encarada pelas pessoas como uma mercadoria”, observa o diretor Diego Fortes.

A montagem une um drama individual (das duas vedetes à deriva) e um drama coletivo (que pode abranger artistas desempregados, uma determinada classe social ou até mesmo países latino-americanos). É nisso que se baseia a adaptação. No texto, por vezes cômico, por vezes poético, se encontra um forte viés político, que não trata especificamente de geopolítica, mas de uma noção contemporânea de política. Carballido expõe as barbaridades do mundo pós-moderno, na medida em que discute a dignidade, a esperança, o direito à esperança, o papel da arte, o respeito ao artista e o poder esmagador do mercado.

A peça também conta com a música entre os elementos eleitos pela companhia para conquistar o público. Josemar Artigas musicou a obra com ritmos latinos, como bolero e tango, e, ao lado dos instrumentistas Carlos Miranda e Val Ofilio, mostra uma trilha incidental. O cenário é de Sérgio Richter e a iluminação está a cargo de Erica Mityko.

Serviço:
Local: Teatro Novelas Curitibanas
Endereço: Rua Carlos Cavalcanti, 1222 – São Francisco
Data e horário: até 28 de agosto de 2011, de quinta-feira a domingo, sempre às 20h
Preço: Entrada franca