A atriz curitibana Marjorie Estiano enfrentou um de seus maiores desafios artísticos com a peça Inverno da Luz Vermelha, em cartaz no Festival de Teatro de Curitiba. É com este trabalho também que ela faz sua estreia no evento. Estou bem feliz em participar do Festival que sempre acompanhei e de voltar à minha cidade com um espetáculo do qual tenho muito orgulho, diz.
Sobre a peça, na qual sua personagem esbanja charme e sensualidade, diz que contribuiu para aumentar seu repertório cênico. Meu objetivo foi conseguir traduzir essa sexualidade que, nesta personagem, é muito forte. É o ponto de negociação dela com as pessoas. Queria muito uma personagem assim na minha trajetória, conta. Eu tinha interesse, mas tinha receio. Estar bem acompanhada pela Monique me deu segurança para me jogar em algo que desconhecia, completa, referindo-se à diretora da peça, Monique Gardenberg.
Marjorie conta que foi um processo de criação muito rápido e bacana. Monique é precisa e muito objetiva. Ficamos muito em cima do texto, descobrindo as camadas dos personagens. Ela é muito aberta também às sugestões da gente. Cada personagem te modifica de alguma maneira. E a Christine me modificou bastante neste ambiente que é a sexualidade e a sensualidade, acrescentou muito ao meu repertório, comenta.
A atriz conta que já tinha recebido o convite do ator Rafael Primot, quem começou o projeto, há dois anos, mas não achou que era o momento. O projeto não andou e ano passado ele me chamou novamente, conta ela, que pela primeira vez contracenou com Rafael e com André Frateschi. É um elenco pequeno e que se apoiou muito. Quando é um elenco muito grande existe o perigo de se dispersar, explica.
A grande estreia – Marjorie começou a fazer teatro no Colégio Estadual do Paraná, aos 15 anos e até hoje esteve apenas na platéia do Festival e não esconde a satisfação de agora participar da mostra que ajudou na sua formação. Mesmo com a experiência adquirida nos últimos anos na maior emissora brasileira de televisão, Marjorie garante que fica nervosa. Não tem nada de escaldada, dá muito frio na barriga, principalmente porque em Curitiba tem um teatro muito forte, com atores incríveis. Enfim, eu sou curitibana e lógico que tenho vontade de um dia pertencer a este grupo, observa.
Projetos – A curitibana também fala com entusiasmo de seus outros projetos, como a estréia em cinema, com o longa Malu de Bicicleta. Foi meu primeiro contato e me aguçou mais ainda. Tenho vários projetos a longo prazo, adianta. No teatro também está com planos para este ano ainda. Emendei uma novela na outra, desde Malhação, e era difícil fazer teatro assim. Agora que consegui uma brecha quero compensar o tempo que fiquei distante, garante.
A música também vai voltar a ter sua atenção. Sou intérprete, preciso pesquisar repertório, experimentar e isso é um pouco demorado. Mas, agora é o momento para focar nisso, conclui.
Inverno da luz Vermelha – Durante um passeio no Red Light District de Amsterdã, David um editor de livros bem-sucedido conhece Christina, uma garota francesa com quem ele troca carícias. David leva Christina para o seu hotel com o intuito de apresentá-la ao amigo Matt, um escritor fracassado que está em celibato desde que David roubou sua namorada, há dois anos. A presença da jovem voluptuosa e atraente seduz e inibe o estranho, tímido e fraco Matt, desencadeando a combustão de algo adormecido por muito tempo. Uma solidão desesperada cede lugar a uma repentina e desmedida paixão. Matt descobre um novo tipo de masoquismo que lembra amores platônicos de romances antigos. Escrito com uma poesia que pulsa agressivamente, a peça envolve intriga sexual e explora as complexas e enganosas maneiras com que buscamos preencher os espaços vazios dentro de nós.
Serviço
Local: Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha)
Endereço: Rua 15 de Novembro, s/n.º
Data e horário: 7 de abril (quinta-feira) às 22h
Preço: R$25 e R$50