Santo Agostinho ganha vida em espetáculo teatral

Peça traz reflexões de Santo Agostinho sobre os prazeres, necessidades e angústias do ser humano

Redação Bem Paraná

Entre os dias 22 e 24 de abril (sexta, sábado e domingo), o teatro da Caixa apresenta o monólogo Inquieto Coração, com dramaturgia e atuação de Eduardo Rieche e direção de Henrique Tavares. O espetáculo é um mergulho nas reflexões de Santo Agostinho, escritor, bispo e teólogo do século IV, sobre os prazeres, necessidades e angústias do ser humano.

O texto de Inquieto Coração foi elaborado por Eduardo Rieche a partir da adaptação de quatro das principais obras de Santo Agostinho: “Confissões”, “A Cidade de Deus”, “A Trindade” e Solilóquios.  As obras foram produzidas depois da sua ordenação a bispo de Hipona, cargo que exerceu por quase 40 anos. Seu trabalho parte do concreto para o metafísico em um momento em que a filosofia não acredita no alcance da verdade.

Santo Agostinho viveu na época do Império Romano e foi batizado apenas aos 33 anos, quando se tornou um famoso pregador e se dedicou às funções eclesiásticas. Agostinho, no entanto, vai além da figura religiosa, pois sua obra foi determinante para o pensamento ocidental. Foi um escritor intenso, apaixonado e prolífico: deixou mais de mil publicações, entre livros, sermões, escritos filosóficos e doutrinais, com temas polêmicos como a religiosidade, Deus, a busca pela verdade, o amor e a condição humana.

Eduardo Rieche, formado em Psicologia, conta que seu primeiro contato com o trabalho de Santo Agostinho foi na faculdade, com a autobiografia Confissões. Uma autobiografia pressupõe os conceitos de eu, sujeito e personalidade, que não existiam no século IV. As obras de Santo Agostinho trazem questões extremamente contemporâneas sobre diversos assuntos, questões que muitos autores exploraram posteriormente sobre diversas vertentes, explica o dramaturgo. As suas reflexões retratam e dizem muito ao homem atual, conta.

A ambição de Inquieto Coração é, portanto, fomentar a reflexão sobre a vida, por meio do encontro dos escritos de Agostinho, este primeiro homem moderno, com o homem atual. Santo Agostinho está mais próximo de nós do que imaginamos: no nosso modo de pensar a relação entre razão e fé, ação e contemplação, amor e sexo, afirma Henrique Tavares. A proximidade ator-público, neste caso, é quase uma metáfora da relação que a plateia poderá estabelecer com a grandeza da filosofia agostiniana.

SERVIÇO

Local: Teatro da Caixa

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280

Data e horário: 22 e 23 de abril (sexta e sábado) às 21h e 24 de abril (domingo) às 19h

Preço: R$10 e R$5 (meia entrada)