Está em cartaz até dia 14 de março a peça “O rapaz e a rapariga – Peça de pessoa, prego e pelúcia”  que tem como referência o livro  “A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e outras histórias” do cineasta Tim Burton. A peça realizada com incentivo do Fundo Municipal de Cultura traz questionamentos curiosos para o público:
Como seria o seu cotidiano se seu corpo fosse magnético e você saisse por aí grudando em qualquer pedaço de metal? E se lâmpadas acendessem na sua pele? Se seus olhos enxergassem de outro jeito? Se você tivesse um jeito diferente de se mover ou falar? Como você faria as coisas que faz todos os dias?

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“O rapaz e a rapariga – Peça de pessoa, prego e pelúcia” nos convida a passear pela vida de pessoas que percebem o mundo de modos diferentes, e que, como todos nós, têm que viver a cada dia aprendendo a lidar com seus corpos e pensamentos e descobrir como resolver problemas simples e complicados. Trata-se de um universo de patinhos feios, que, de certa forma, não são tão diferentes das pessoas consideradas normais. Isso chega à cena por meio de situações trágicas e engraçadas, que nos levam a olhar para as nossas próprias particularidades.

Tendo como ponto de partida o livro A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e outras histórias, escrito pelo também diretor e artista visual Tim Burton, o Couve-flor, coletivo de artistas de Curitiba, contou com o financiamento do Fundo Municipal de

Cultura, por meio do Edital Teatro Novelas Curitibanas 2010 para produzir a montagem, que será realizada no Teatro Novelas Curitibanas.

Ao invés de recontar as histórias, escritas em verso e ilustradas pelo diretor de filmes bastante conhecidos – como Edward Mãos de Tesoura e A noiva cadáver – os artistas optaram por criar novas ações e novos personagens a partir de determinados elementos que consideraram determinantes do livro. “Desde o começo, não quisemos tentar reproduzir no teatro o apelo estético que as pessoas estão acostumadas a ver nos filmes do Burton, nem trazer as histórias do livro de maneira fiel. O nosso interesse era outro, no que o livro podia nos proporcionar como motivação criativa e ajudar a impulsionar os nossos próprios desejos.”, afirma Neto Machado, integrante do coletivo.

Entre esses interesses estavam alguns elementos que podem ser identificados também no restante da obra de Burton, como a criação de mundos ao mesmo tempo fantásticos e possíveis, que carregam uma certa ludicidade, temperada com aspectos tétricos. “É claro que a obra dele (do diretor Tim Burton) nos levou a algumas referências, como o Romantismo e o gótico, e também ao surrealismo pop, mas queríamos nos dedicar a uma poética que é específica do livro, e determinadas coisas que aparecem só ali”, diz Cândida Monte.

Com isso, os couves decidiram investir na criação de seus próprios “personagens-criaturas”, que, como os personagens do livro têm cada um uma característica que o destaca da normalidade e faz com que realize suas atividades diárias de um modo diferenciado. Característica que  gera problemas, mas ao mesmo tempo determina a sua identidade.

Para dar vida a essas criaturas, os integrantes do coletivo contaram também com a colaboração de Amábilis de Jesus, consultora de materiais de cena, Juliano Monteiro e Gustavo Utrabo, responsáveis pelo conceito visual, e Fábia Guimarães, designer de luz. Além disso, o diretor Jorge Alencar, do Grupo Dimenti (Salvador, BA) – que esteve em Curitiba em 2008 com a peça O poste, a mulher e o bambu – também participa do projeto como consultor de dramaturgia.

Quem quiser conhecer mais sobre o processo criativo e algumas das referências que serviram como material de pesquisa, pode acessar o blog orapazearapariga.blogspot.com, onde estão registros de diversas etapas da criação, além de imagens e textos que inspiraram os artistas.

Serviço:
O rapaz e a rapariga – peça de pessoa, prego e pelúcia
Teatro Novelas Curitibanas. R. Carlos Cavalcanti, 1222. Tel.: 3321.3358
De 11/02 a 14/03, de quinta a domingo, às 20h.
Ingressos: 10 e 5 reais (meia entrada)