
O uso de casas de apostas ilegais ainda é um problema grave no Brasil, mesmo após a entrada em vigor da regulamentação do setor em 1º de janeiro de 2025.Segundo levantamento do Instituto Locomotiva, apoiado pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), 60% dos apostadores da região Sudeste admitiram ter utilizado sites sem licença para apostar nos últimos meses.
O estudo “Incidência de Apostas Ilegais no Brasil” revela que esse cenário traz riscos diretos ao consumidor e provoca perdas fiscais que podem chegar a R$ 10,8 bilhões por ano.
Impacto econômico e riscos ao consumidor
As consequências desse mercado paralelo vão muito além da arrecadação perdida. O levantamento indica que, apenas nos três primeiros meses de 2025, entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos — valores que, segundo o IBJR, seriam suficientes para pagar o salário anual de até 184 mil professores da educação básica ou construir até 41 mil casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
As consequências desse mercado paralelo vão muito além da arrecadação perdida. O levantamento indica que, apenas nos três primeiros meses de 2025, entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos — valores que, segundo o IBJR, seriam suficientes para pagar o salário anual de até 184 mil professores da educação básica ou construir até 41 mil casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
O presidente executivo do IBJR, Fernando Vieira, aponta que a permanência de operadores ilegais prejudica não só a arrecadação, mas também a confiança no mercado. Ele critica o aumento da cargade carga tributária para empresas regulamentadas, que, na visão do instituto, acaba favorecendo indiretamente as ilegais.
Além da questão econômica, o estudo alerta para a vulnerabilidade do apostador diante de plataformas não licenciadas. Dados mostram que:
- 78% dos entrevistados consideram difícil distinguir sites legais dos ilegais.
- 72% dizem que nem sempre conseguem verificar a regularidade das plataformas.
- 46% já depositaram dinheiro em sites posteriormente identificados como falsos ou irregulares.
O uso de nomes semelhantes a marcas conhecidas, a troca frequente de domínios e a publicidade desregulada por influenciadores digitais estão entre as táticas usadas por operadores clandestinos.
Como identificar plataformas seguras
Para enfrentar esse cenário, o IBJR e as autoridades reguladoras recomendam que o consumidor verifique se a plataforma segue os critérios estabelecidos pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). Entre as exigências para operar legalmente no Brasil estão:
- Mecanismos de autoexclusão para jogadores vulneráveis.
- Uso obrigatório do domínio “.bet.br”.
- Sistema de cadastro com reconhecimento facial, impedindo acesso de menores de idade.
- Definição de limites de perdas financeiras e tempo de jogo.
- Transações permitidas apenas via PIX ou débito em conta do titular.
O IBJR defende também a intensificação de campanhas educativas e a punição exemplar dos operadores ilegais. Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, “a confusão do consumidor é explorada por esses operadores, e é fundamental reforçar a comunicação clara sobre os riscos”.
O combate às plataformas clandestinas, segundo o IBJR, precisa ser uma ação coordenada entre autoridades, empresas regulamentadas e sociedade civil. Somente assim será possível garantir um mercado de apostas seguro, transparente e capaz de devolver à sociedade os benefícios socioeconômicos que a regulamentação promete entregar.