A ConfederaĂ§Ă£o Brasileira de Futebol (CBF) realizou um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece as legalidades da Assembleia Geral ExtraordinĂ¡ria da CBF e da eleiĂ§Ă£o a presidente da entidade. Dessa forma, Ednaldo Rodrigues deve ser mantido definitivamente no cargo e se encerra uma longa disputa que questionava a legitimidade do dirigente. Segundo o GE, o STF ainda deve homologar o acordo.

Antes da eleiĂ§Ă£o de Ednaldo, em março de 2022, o MP-RJ havia questionado mudanças de regras internas da CBF. Quando Ednaldo foi eleito, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado entre entidade e Procuradoria, para conferir estabilidade ao pleito.

Em dezembro de 2023, o TJ-RJ julgou a legalidade do TAC e anulou as assembleias da CBF que alteravam o formato da eleiĂ§Ă£o em vigor quando Ednaldo foi eleito. Assim, o presidente foi afastado do cargo, o que gerou preocupaĂ§Ă£o da Conmebol e da Fifa, que chegou a nomear um interventor.

O STF iria retomar em 14 de março o julgamento que definiria o futuro de Ednaldo Rodrigues na CBF, conforme previsĂ£o do gabinete do ministro Flavio Dino, que pediu vistas dos autos em outubro. A corte deveria julgar se seria mantida ou derrubada uma liminar que reconduziu o dirigente ao comando da entidade.

A medida foi expedida por Gilmar Mendes, que foi tambĂ©m o Ăºnico a votar antes da suspensĂ£o do julgamento. Gilmar Mendes manteve a posiĂ§Ă£o favorĂ¡vel ao mandato de Ednaldo e defendeu que o STF deve proibir a intervenĂ§Ă£o estatal em questões internas das entidades desportivas, “em particular em relaĂ§Ă£o Ă quelas veiculadas Ă  autonomeaĂ§Ă£o e ao autogoverno” dessas instituições. Segundo o ministro, a intervenĂ§Ă£o deve acontecer apenas quando uma entidade aprovar normas que violem a ConstituiĂ§Ă£o ou a legislaĂ§Ă£o; ou em casos de investigaĂ§Ă£o de casos penais e administrativos.

RONALDO NA DISPUTA

Enquanto isso, a polĂ­tica nos bastidores da CBF continua. Recentemente, foi aprovada uma alteraĂ§Ă£o do estatuto da entidade, garantindo que presidentes da confederaĂ§Ă£o poderĂ£o se reeleger duas vezes, mantendo-se no cargo por trĂªs mandatos consecutivos. A regra que vigorava atĂ© entĂ£o permitia que apenas dois mandatos seguidos fossem cumpridos, com somente uma reeleiĂ§Ă£o.

A decisĂ£o foi aprovada por unanimidade pelas federações. A ideia Ă© aproximar o novo estatuto da instituiĂ§Ă£o de outros Ă³rgĂ£os reguladores do futebol como Conmebol e Fifa, que seguem a mesma regra.

Na prĂ³xima eleiĂ§Ă£o, diferente de 2017, quando Ednaldo nĂ£o teve concorrentes, Ronaldo FenĂ´meno serĂ¡ candidato. O ex-jogador jĂ¡ articula apoios, inclusive com a escolha do tetracampeĂ£o Mauro Silva como um de seus vices.