O Athletico Paranaense foi absolvido pela 3ª Comissão Disciplinar (primeira instância) do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, em caso de acusação de racismo durante o jogo com o Flamengo, em 7 de maio, na Arena da Baixada.
Clique aqui para ver o vídeo do episódio, divulgado pelo repórter Guilherme Silva, da rádio Jovem Pan. Durante o jogo contra o Flamengo, em 7 de maio, na Arena da Baixada, um torcedor fez gestos em direção a torcedores do setor visitantes.
No julgamento, só um auditor votou pela condenação ao Athletico, com multa de R$ 50 mil e perda de mando de campo por quatro partidas (com portões fechados) para o clube. Ele também votou pela obrigação de proibição do torcedor acusado de ingressar ao estádio por 720 dias. Os demais auditores votaram pela absolvição. Agora, a procuradoria ainda pode recorrer e levar o caso ao Pleno (instância máxima) do STJD.
O clube foi denunciado pela procuradoria do STJD no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. “Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a
preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou
portadora de deficiência”. O artigo prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil para o clube.
A legislação também prevê a possibilidade de perda de pontos na competição caso envolva um ‘considerável número de pessoas’. No entanto, o caso denunciado envolve apenas um torcedor.
“§ 1º Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável
número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será
punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição,
independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda
do dobro do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição,
independentemente do resultado da partida”
O CBJD estabelece ainda que “os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de 720 dias”.
Além do julgamento na esfera da Justiça Desportiva, o torcedor é investigado pela Polícia Civil — em 8 de maio, a Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos informou que abriu inquérito para apurar o caso — e ele pode sofrer outras punições.
Esse é a quinta de denúncia de racismo dentro da Arena da Baixada dos últimos 18 meses – clique aqui para lembrar os outros quatro casos. Em agosto de 2022, o clube lançou uma campanha sobre o tema – clique aqui para ver.
O Athletico Paranaense divulgou nota no dia 8 de maio para informar que abriu investigação sobre a denúncia de racismo dentro da Arena da Baixada. Confira a nota do clube, na íntegra:
“O Club Athletico Paranaense informa que está finalizando a investigação interna e enviará às autoridades competentes todas as imagens e informações sobre o torcedor acusado e suspeito da prática de racismo na partida diante do Flamengo, no último domingo (7).
Além disso, o clube seguirá com os procedimentos internos, através do Compliance. Dessa forma, o suspeito, caso condenado, também pode sofrer punições administrativas, por meio da Câmara de Ética e Disciplina, que vão desde a suspensão à proibição permanente do acesso aos jogos.
O Athletico Paranaense reforça o compromisso de combater todo e qualquer tipo de atitude discriminatória dentro de seu estádio.
Importante reiterar que além de repetidas manifestações sobre o tema, o clube lançou, no último sábado (6), o portal de matchday. Através do matchday.athletico.com.br, que pode ser acessado por meio de QR Code instalado nas cadeiras do estádio, é possível a qualquer torcedor denunciar crimes e condutas inadequadas durante as partidas.”
Ainda em 8 de maio, o clube informou que identificou o suspeito. “O Athletico Paranaense já identificou o torcedor suspeito de atos de racismo. Ele não é Sócio do clube. Todas as informações e imagens estão sendo enviadas às autoridades competentes”, divulgou o Twitter da agremiação.