Reprodução – Taffarel

A derrota por 4 a 0 que o Athletico sofreu para o Atlético-MG foi a maior em registrada em finais da Copa do Brasil. E a história do futebol não registra praticamente nenhum caso de uma equipe que tenha revertido uma desvantagem desse tamanho em uma decisão de campeonato em duelos de ida e volta. Quando se diz “praticamente”, é porque existe um caso. E envolve exatamente o adversário paranaense, o Atlético-MG.

Em 1995, o Atlético-MG decidiu a Copa Conmebol – uma espécie de antecessora da Copa Sul-Americana – contra o Rosario Central, da Argentina. No jogo de ida, o time mineiro venceu por 4 a 0, no Mineirão, e praticamente garantiu o título. Contudo, no duelo de volta, em Rosario, o time argentino devolveu o placar de 4 a 0. A decisão foi para os pênaltis e o Rosario Central venceu por 4 a 3.

O placar chamou atenção também porque o goleiro do Atlético-MG era Taffarel, campeão mundial pela seleção brasileira em 1994 após uma disputa de pênaltis. Além dele, o clube mineiro tinha o zagueiro Ronaldo Guiaro (titular do Brasil na Olímpíada de 1996), o volante Doriva (foi à Copa de 1998 e depois foi técnico do Athletico) e os atacantes Renaldo (ex-Athletico, Paraná Clube e Coritiba) e Euler, apelidado de “filho do vento”, na época uma revelação do clube. O Rosario tinha o goleiro Bonano (reserva da Argentina na Copa de 2002) o volante Coudet (o mesmo que foi treinador do Internacional em 2020) e o atacante Ruben da Silva (que jogou 12 anos pela seleção do Uruguai).

No jogo, Da Silva marcou 1 a 0 aos 23 minutos, após cruzamento da direita. Aos 39, o zagueiro Cabonari cobrou falta e Taffarel falhou ao tentar defender: 2 a 0. Aos 40, o atacante Cardetti fez 3 a 0. Na etapa final, o Rosario pressionou e o Atlético-MG se segurou até os 43 minutos, quando Carbonari marcou o 4º gol. Na decisão por pênaltis, Taffarel até defendeu o chute de Colusso, mas não evitou a derrota de sua equipe por 4 a 3. Isso porque, no lado do Atlético-MG, Doriva chutou por cima e Leandro acertou a trave – Ronaldo Guiaro, o próprio Taffarel e Euler (o “filho do vento”, na época uma revelação do clube) converteram.

“Temos que ser realistas, é muito difícil revertemos esse jogo na Arena, com quatro gols”, admitiu o técnico do Athletico, Alberto Valentim, sobre a desvantagem da equipe na final da Copa do Brasil. “O que temos de fazer é nos preparar para vencer o jogo, sim. Procurar fazer de tudo para que vençamos o jogo lá, independente do placar, para fazermos outra grande partida dentro da Arena”.

Para o jogo desta quarta-feira (15), o Athletico não poderá contar com o zagueiro Thiago Heleno, que levou o terceiro cartão amarelo no jogo de ida.