
Igor Nascimento Soares, 44 anos, foi jogador de futebol profissional de 1998 até 2015. Brilhou no Athletico Paranaense de 1999 até 2004 e foi importante na conquista do título brasileiro de 2001. Em 2016, passou a se dedicar ao futebol amador de Curitiba, disputando a famosa Suburbana.
Em 2020, com a pandemia e as regras de distanciamento, o futebol parou. Igor, porém, não aguentou ficar parado.
Foi naquele época que o ex-jogador conheceu o beach tennis. E foi amor à primeira vista. “Foi a forma que encontrei de entrar em forma e uma grata surpresa, pois o esporte é fácil de aprender”, conta Igor. “A receptividade do pessoal, a interação com as pessoas e a exigência física, por causa da areia, foi me encantando. Consegui perder peso e isso me motivou a continuar”, conta.
Em entrevista ao Bem Paraná, Igor contou como virou professor e atleta de beach tennis, agora disputando competições oficiais.
Bem Paraná — Como conheceu o Beach Tennis?
Igor — Conheci através de um amigo, o Tulio. Estávamos no final da pandemia, em outubro de 2021 e eu estava procurando treinar. Como o futebol amador, assim como as academias, estavam fechados e parados, conheci a academia Vita Beach Sports. Foi a forma que encontrei de entrar em forma e foi uma grata surpresa. O esporte é fácil de aprender. E a receptividade do pessoal, a interação com as pessoas e a exigência do beach, por causa da areia, foram me encantando. Consegui perder peso e isso me motivou a continuar. Como fui atleta de alto rendimento a vida toda, foi um estímulo gigantesco e uma paixão de imediato.
BP – Como começou a competir?
Igor — Comecei a participar dos ‘day use’ aos sábados na Vita, até que, por acaso, o parceiro de um amigo se machucou. Ele não poderia jogar um torneio que teria na Vita e me convidaram para entrar no lugar dele. Eu já estava praticando há um mês. Sem fazer aula, apenas jogando nos fins de semana. Aceitei ser a dupla do Marcão, para não ter W.O. e ele ficar sem jogar. E, pasmem, foi melhor que a encomenda. Ganhamos de atletas que estavam jogando há quase um ano. Perdemos na semifinal. Naquela semana, entrei na aula na mesma turma do meu amigo Tulio, começamos a disputar campeonatos federados e conseguimos evoluir muito.
BP — E já conseguiu bons resultados?
Igor — Caro que o tempo apertado fez com que eu escolhesse alguns torneios para participar, pois tenho meu escritório junto com dois sócios e minha esposa de finanças e consultoria, onde dentro do portfólio o que se destaca é o consórcio. Estou conseguindo vários prêmios e resultados expressivos. Vou completar dois anos no beach em outubro. Creio que até junho de 2024 estaremos disputando jogos no profissional. Ano passado quase fui convocado para integrar a seleção paranaense na categoria C. E esse ano estamos na final do Brasileiro TRack& Field, que será disputado em São Paulo. Outo detalhe é que meu parceiro de quadra hoje é um velho conhecido do futebol, o Henrique Dias (atacante ex-Coritiba e Paraná Clube). Estamos conquistando vários títulos juntos.
BP – E como começou a dar aulas?
Igor – Hoje agradeço muito ao Gabriel Farah (treinador) e à Marcela Vita (tricampeã do mundo), proprietários da Vita Beach Sports e idealizadores do famoso Método Vita. Devido aos meus resultados como atleta profissional de futebol e também aos ótimos resultados e crescimento dentro beach, me convidaram a participar do Método Vita e dar aulas na academia. Então, em maio de 2022, comecei a dar aulas na Vita.
BP — O que mais de atraiu no esporte?
Igor — No começo, a questão física, o fato de estar com os pés descalços na areia e a facilidade de aprender o esporte. Depois você vai se superando, se dedicando, e vem aquela adrenalina de participar de competições, onde você tem que superar a si mesmo. Isso faz com que esse esporte seja viciante.
BP — Com tem sido a reação dos alunos?
Igor — Sempre me dedico a tudo que me proponho a fazer. Com beach tennis não é diferente. Estudei táctica, movimentos, posicionamento. Isso que eu trago do futebol, aliado à concentração, que nós trabalhamos desde pequeno, fez com que eu amasse ensinar isso para meus alunos. Eles, assim como eu, vieram com uma vontade enorme em aprender, em se desafiar. E são perfis bem diferentes. Tem uns que são uns amores. E todos com muita alegria, que é minha característica. Amam o que estão fazendo, tanto faz chuva ou frio eles não faltam. E o perfis são realmente diferentes: aqueles que aproveitam para fazer uma parte física e se movimentar; aqueles que procuram uma válvula de escape do dia a dia; aqueles que querem perder peso, e aprender algo novo; aqueles que querem melhorar para conquistar campeonatos; e aqueles que querem ser profissionais. Então hoje eu tenho alunos dos 7 anos até 63 anos de idade. E todos têm uma característica em comum: a alegria de estar jogando beach tennis, de estar com pessoas diferentes compartilhando a quadra. Hoje estou quase com 85 alunos e com turmas cheias de segunda à sexta.