O técnico Geninho, 72 anos, deu detalhes sobre o funcionamento do time de 2001 do Athletico Paranaense, campeão brasileiro daquele ano. Em entrevista para o canal De Olho do Jogo, ele explicou as movimentações ofensivas e o encaixe da marcação, além de relatar o ambiente dentro do clube na sua chegada.
Geninho chegou na 10ª rodada do Brasileirão, após o técnico Mario Sergio deixar o clube reclamando dos abusos de jogadores nas noitadas. “Peguei o barco andando. Era um grupo muito bem montado pelo Mario, que vinha jogando na filosofia dele. E tínhamos pouco tempo para trabalhar”, lembrou Geninho. “O grupo vinha de críticas pesadas pelo comportamento extra-campo de jogadores”, comentou. “No primeiro momento, a ideia era que esse grupo desse uma resposta para essas críticas”, citou.
Enquanto Mario Sergio gostava de variar a escalação e o esquema tático a cada partida, Geninho preferiu formar um time-base com o 3-5-2 como regra. “Eu gostava de jogar com três zagueiros. E tinha dois laterais de forte apoio”, lembrou. “E o Cocito era fundamental. Ele fazia o ‘parabrisa’, marcando de um lado e do outro. E tínhamos praticamente dois pontas, com o Alessandro e o Fabiano”, explicou. “No meio, tinha o Kleberson que saía muito para o jogo e o
Gabiru, que também saía bastante para ojogo”, comentou. “No ataque, pela direita, o Alex (Mineiro) mais técnico. E pela esquerda o Kleber esquerda, rápido e com muita facilidade para fazer gols”, analisou.
Geninho explicou como funcionava o sistema de marcação. “Era um time que saía muito forte para o ataque, com seis jogadores (dois atacantes, dois meias e dois laterais). Mas havia consciência que tinha que ter reposição muito rápida”, disse. “Naquela época, a maioria dos times jogava com dois atacantes, um aberto e um dentro. A ideia era marcar os dois atacantes e ter uma sobra”, afirmou, explicando as funções dos três zagueiros (Rogério Corrêa na esquerda, Gustavo na direita e Nem centralizado, na sobra). “Se o adversário sai, tinha que acompanhar até o meio. Era quase que um homem a homem. E o Cocito jogava em cima do homem da armação. O Kleberson pegava o outro meia ou o volante que saía para o jogo. Os meus laterais batiam lateral com lateral. E o Nem ficava naquela sobra”, detalhou. “Quando a bola ia no fundo, o Cocito marcava um desses atacantes e o Kleberson fazia a função do Cocito”, ressaltou. “Todo mundo sabia o que tinha que fazer e funcionava bem”.