
O título da Copa Libertadores de 2017 com o Grêmio reacendeu o debate sobre o técnico Renato Gaúcho. Uma parte da imprensa esportiva prefere rotulá-lo como um treinador folclórico, de declarações bombásticas e ultrapassado na parte tática. Outra parte optou por fazer uma análise mais fria do trabalho do profissional.
Uma das polêmicas no currículo de Renato Gaúcho foi a passagem pelo Atlético Paranaense em 2011. Naquele ano, o treinador assumiu em julho, com o time na último colocação do Brasileirão, com nenhuma vitória, um empate e sete derrotas.
Renato Gaúcho conseguiu quatro vitórias, cinco empates e três derrotas no Brasileirão com o Furacão – aproveitamento de 47% dos pontos. Em números, foi o melhor desempenho de um treinador do clube dentro daquela edição. Antes dele, Adilson Batista somou 5% dos pontos no Brasileirão. Leandro Niehues ficou como interino antes da chegada de Renato e somou duas derrotas em dois jogos. Após o pedido de demissão de Renato Gaúcho, quem assumiu o Atlético foi Antonio Lopes, que conquistou 42% dos pontos (seis vitórias, cinco empates e sete derrotas). O time acabou rebaixado, com um total de 36% dos pontos somados.
Se o Atlético tivesse somado 47% dos pontos em toda a competição, teria ficado em 10º lugar, acima do Santos (10º naquele ano, com 46% de aproveitamento).
Técnicos do Atlético no Brasileirão 2011
Aproveitamento de pontos (vitórias, empates e derrotas)
Adilson Batista 5% (0v 1e 5d)
Leandro Niehues 0% (0v 0e 2d)
Renato Gaúcho 47% (4v 5e 3d)
Antonio Lopes 42% (6v 5e 7d)
No trabalho dentro de campo, Renato se destacou por conseguir recuperar o futebol do lateral-direito Edilson, dos volantes Cleber Santana e Kleberson e do meia Marcinho. No período em que comandou o Atlético, o treinador não pode contar com a principal estrela do elenco, o meia Paulo Baier, que estava lesionado nesse período. O lado negativo do trabalho do técnico foi não saber aproveitar o atacante Guerrón, que ficou fora dos planos naquele período. Com os demais treinadores que passaram pelo Atlético, Guerrón apresentou excelente desempenho e foi peça-chave do setor ofensivo da equipe.
Dois anos após o rebaixamento de 2011, em entrevista para o site UOL, em 2013, Renato Gaúcho falou sobre o trabalho no Atlético-PR. Mudou digamos da formiga para o elefante. Eu peguei o Atlético em penúltimo lugar. Pegar um clube brigando contra o rebaixamento, com um milhão de coisas para corrigir e sem tempo para trabalhar, é difícil. Eu acho que fiz um bom trabalho no Atlético-PR. É só olhar os números. É muito melhor pegar um time no início da temporada, ou durante uma competição, mas bem colocado no campeonato. Pegar na zona do rebaixamento é nadar contra a maré o tempo todo, disse o treinador, que estava no Grêmio em 2013.