O zagueiro Thiago Heleno em treino do Athletico
O zagueiro Thiago Heleno em treino do Athletico (Crédito: Valquir Aureliano)

O zagueiro Thiago Heleno, 36 anos, negou a existência de ‘panelas’, que o grupo de jogadores estivesse dividido no Athletico Paranaense em 2024, ano do rebaixamento. Também negou que tenha recebido da diretoria uma proposta de redução salarial para 2025. E afirmou que não teve nenhuma conversa com o presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia, nesse período.

As declarações foram em entrevista para o Globo Esporte Paraná.

Thiago Heleno tinha contrato com o Athletico até o fim de 2025, mas chegou a um acordo para rescindir, nessa semana, e assinou com o Paysandu, também da Série B do Campeonato Brasileiro.

Veja as principais declarações do zagueiro nessa entrevista:

Saída do Athletico

“Fiquei chateado pela forma como foi conduzida a situação. Fiz muito pelo clube, tinha que ter sido diferente. Quando termina o Brasileirão do ano passado, entro de férias e não tinham me passado nada da apresentação.

Diálogo com Petraglia

“Ele (Petraglia) tinha mandado mensagem para o meu empresário, mas como eu vinha de um ano de desgaste, não quis me passar. A gente achou que, mesmo para não ficar, teria uma conversa, uma situação totalmente diferente com o presidente. Nunca tive conversa diretamente com o presidente. Foi com o Márcio Lara (diretor financeiro) e o Rodrigo Possebon (diretor de futebol) não tinha nada a ver com a situação do ano passado. Eu não entendi o porquê”

Proposta de redução salarial

“Nenhum dirigente chegou ‘Thiago, vamos reduzir o salário’. Nunca teve isso. Se falaram para outra pessoa, para mim nunca chegou. Isso me deixou chateado. A reunião que teve com o Márcio Lara foi depois de um mês, porque eu falei que queriam tomar decisão mas não sentaram comigo para falar nada. Foi uma conversa agradável, mas não teve nada de redução salarial”

Mágoa

“Não sou cara de levar mágoa. Inclusive ontem, quando fui rescindir meu contrato, fiz questão de cumprimentar cada funcionário. Vi o pessoal muito triste naquele momento de emoção. Agradeci ao Márcio Lara porque foram anos positivos. Por conta de seis meses, não posso tirar as imagens positivas da minha cabeça”

Culpados pelo rebaixamento

“O próprio rebaixamento. Por mais que entre em pauta eu, Fernandinho, Pablo e Nikão, acaba que sobra pra mim por nunca ter saído do clube. Tenho minha parcela, mas me deixa chateado é carregar o rebaixamento nas costas. Escutei muitas vezes que eu era o proncipal culpado. Isso me deixa mais magoado. Tenho culpa igual todo mundo, mas sozinho não posso carregar esse peso”

Panela

“Uma coisa que me deixa muito chateado é a tal da panela, que nunca existiu. Nem da parte dos gringos, nem da nossa parte. Os brasileiros se davam muito bem com os gringos. Dentro de um clube de futebol, quando contrata 8, 10 gringos, é normal que eles fiquem juntos, mas quando chegava no vestiário, não tinha isso. Ele fala que fizemos panela contra o gringos. Por que a gente teria isso? Não tinha motivo”

Saída polêmica de Cuca

“O que aconteceu dentro do vestiário foi o seguinte. Vínhamos de três empates seguidos tomando gol no último minuto. Algumas pessoas chegam no vestiário (depois do jogo contra o Corinthians) com a cabeça quente e teve o episódio com o Paulo Miranda. Ele cobrou que não poderia acontecer isso de novo, que ia acabar sobrando para todo mundo. Uma coisa natural, por ser da comissão. Tem treinador que aceita e que não aceita. Não teve gritaria nem nada”

“Virei para o Paulo e falei ‘na real essa conta não fecha para todo mundo, só sobra para alguns e para mim é o primeiro’. Nisso o Cuca falou que se fosse para continuar assim, ele preferia deixar o clube. Como ele é tranquilo, achei que não tinha nada demais. Fomos tomar banho, nisso volta o auxiliar e fala ‘vai conversar com o Cuca porque ele vai embora’. Falei que ele estava de cabeça quente, que no outro dia a gente conversava no clube. Nisso saiu a matéria que ele tinha pedido para sair”

“Não sei se ele saiu por aquele momento ou se estava cansado de pedir reforços. Ele sempre trabalhou em clubes gigantes e com craques, aqui não tinha. Ele estava certo, veio com projeto para ser campeão e não tinha as peças”