
A torcida organizada Os Fanáticos publicou nota oficial para responder a proibição imposta pelo Athletico Paranaense. A diretoria do clube decidiu proibir materiais da torcida organizada nos próximos três jogos na Arena da Baixada. Na nota, o clube citou confusões ocorridas nos jogos contra Cuiabá e Corinthians, como invasão de campo por torcedor e utilização de sinalizadores.
Na nota, o grupo Os Fanáticos acusam o Athletico de ‘virar as costas para a torcida’, tratar a organizada como ‘bode expiatório’ e ‘se esquivar da sua responsabilidade’.
“A invasão de campo ocorreu em outro setor, sem qualquer vínculo com a nossa torcida”, diz o texto.
Para completar, o texto critica o gesto obsceno de Mario Celso Petraglia para torcedores, durante jogo contra o Cianorte, em janeiro, mas sem citar o nome do dirigente. “Como se não bastasse, um representantes institucional do Athletico fez gestos obscenos para a torcida — um desrespeito público que segue sem qualquer apuração ou retratação. Para punir a arquibancada existe pressa; para cobrar quem usa o crachá do clube, silêncio”, critica a nota da Os Fanáticos.
Confira a nota da torcida Os Fanáticos, na íntegra:
“Recebemos com surpresa e repúdio a decisão do Club Athletico Paranaense de proibir nossos adereços nas próximas três partidas como mandante.
Ao escolher atacar símbolos e vozes da arquibancada, o clube vira as costas para seu maior bem: a torcida. Sem gente, sem paixão e sem rua, não há Athletico que se sustente.
A medida é desproporcional e injusta.
Em vez de punir quem de fato errou, a diretoria transforma toda uma coletividade em bode expiatório. O clube tem um dos sistemas de monitoramento e controle de acesso mais rígidos do país – tecnologia suficiente para identificar, com nome e sobrenome, qualquer pessoa que tenha cometido acesso.
Se não individualiza, é porque opta por se esquivar da responsabilidade que lhe cabe.
Os próprios fatos citados pelo clube mostram isso. A invasão de campo ocorreu em outro setor, sem qualquer vínculo com a nossa torcida. Os arremessos de copos e líquidos partiram de diferentes áreas do estádio, e não apenas do nosso setor.
Mesmo assim, escolhe-se perseguir a TOF. Tentando impedir que cumpramos nossa principal atividade: torcer pelo CAP, empurrar o time e ocupar a arquibancada com voz, cor e presença.
Mais: o sistema de segurança que agora serve para justificar punições coletivas não foi capaz de impedir que torcedores do Corinthians entrassem com sinalizadores no estádio.
Essa falha operacional é grave e não pode ser varrida para baixo do tapete com um decreto de silenciamento da torcida organizada.
Como se não bastasse, um representantes institucional do Athletico fez gestos obscenos para a torcida — um desrespeito público que segue sem qualquer apuração ou retratação. Para punir a arquibancada existe pressa; para cobrar quem usa o crachá do clube, silêncio.
Tudo isso revela uma direção que envelheceu mal no cargo. Desconectada do que acontece na arquibancada e no gramado.
A gestão empurra o Athletico para um dos capítulos mais tristes da sua história recente.
Em vez de autocrítica, escolhe culpar terceiros. Em vez de diálogo, tenta calar. Mas o Athletico é — e sempre será do seu povo.
O verdadeiro torcedor não está a serviço de interesses de gabinete; está ao lado do clube, todos os dias, faça chuva ou faça sol.
Nós, os Fanáticos, mantemos nosso cadastro de associados atualizado e nos colocamos, como sempre, à disposição para apurar eventuais desvios individuais.
Exigimos que o clube encaminhe imediatamente a identificação nominal e as provas dos supostos envolvidos, para que possamos avaliar internamente e adotar as medidas cabíveis.
Responsabilização se faz com fatos e pessoas, não com rótulos e manchetes.
E afirmamos de maneira clara: o protesto continuará. Ele seguirá firme porque o direito de manifestação é inegociável.
Cantaremos alto, ergueremos nossas vozes e faremos o que sempre fizemos: apoiar o Athletico e cobrar quem precisa ser cobrado.
Por fim, reafirmamos: a TOF sempre esteve aberta ao diálogo e seguirá apoiando o time para tirar o CAP do buraco que essa diretoria o colocou.
Não aceitaremos ser criminalizados por sermos o que sempre fomos: a voz viva do Athletico. Estaremos na arquibancada — hoje e sempre — porque amar o CAP é resistir”.