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Conheça a história dos atletas do Paraná que participam da Taça das Favelas

Editado por Josianne Ritz
favela

Atletas das seleções paranaenses, acompanhados pela comissão técnica, embarcam rumo a São Paulo. Foto: Gabriel Gorisch

A Taça das Favelas Brasil chega à quarta edição reunindo mais de 30 seleções estaduais e mobilizando mais de 800 mil jovens em todo o país.. A bola já começar a rolar e o Paraná participa com mais de 40 atletas em busca do bicampeonato masculino e do inédito título feminino. Em 2023, os paranaenses venceram o Espírito Santo por 2 a 0 na final e conquistaram a taça.

Este ano, o futebol pulsa ainda mais forte nas favelas paranaenses, já que dois campeonatos acontecem em paralelo: a Taça das Favelas Paraná segue na fase de mata-mata, enquanto as seleções feminina e masculina disputam a Taça das Favelas Brasil, com a fase de grupos até 08 de outubro e a final marcada para 1º de novembro.

Ao todo, as seleções são formadas por atletas de 21 favelas, desde a região metropolitana de Curitiba até os Campos Gerais do estado.

As seleções foram formadas a partir da observação dos técnicos, que acompanharam os jogos desde o início do campeonato e organizaram peneiras para montar os times.

Taça das Favelas: a história do técnico da seleção masculina paranaense

Dinei Sorverão, técnico da seleção masculina, lembra o título de 2023 e a trajetória dos atletas. “Os meninos de 2023 fizeram de tudo, foram merecedores daquele título. Muitos daquela seleção aproveitaram essa oportunidade e estão em times profissionais, enquanto outros seguiram sua vida de forma diferente, mas todos são excelentes cidadãos”, conta Sorverão.

Dinei Sorverão, técnico da seleção masculina, no Estádio Bortolo Gava acompanhando a Taça das Favelas Paraná Foto: Demily Maciel

Sobre o papel dele na seleção, Dinei completa: “A gente se coloca como um pai a partir do momento que coloca alguém na seleção. Acolhemos eles da melhor forma possível, oferecendo apoio moral, físico, técnico e tático, para que entreguem o melhor dentro de campo.”

O goleiro da seleção paranaense

Os jogadores também sentem a responsabilidade dessa oportunidade.“Foi muito gratificante ver que todo esforço nos treinos e jogos não foram em vão. Saber que vou representar o Paraná nessa competição é muito importante para mim. É a primeira vez que participo e quero aproveitar ao máximo essa chance”, conta Lucas Rocha, (17), goleiro da seleção.

Lucas Rocha, goleiro da Seleção Paranaense, disputando a Taça das Favelas Paraná pela Favela Tramontina Foto: Demily Maciel

As seleções do Paraná estão prontas para escrever história na Taça das Favelas Brasil. Este ano, a comissão técnica feminina conta pela primeira vez com a auxiliar Verneque, que destaca a experiência de acompanhar de perto o processo de formação do grupo. Para ela, o trabalho de preparação foi especial:
 “Montamos um time que mescla a bagagem de quem já disputou o campeonato com a energia de meninas novas, cheias de força e vontade de jogar. Acredito que a seleção vai fazer um bom trabalho no Favelão.”

Taça das Favelas: “Representar o Paraná é um orgulho”

Dentro de campo, a motivação também é evidente. A centroavante da seleção feminina, Alessandra Pertile (23), chega para sua terceira participação mais confiante do que nunca. “Representar o estado do Paraná é um orgulho. Agora me sinto mais preparada para dar o máximo e buscar a classificação”, afirma.

Alessandra Pestile, atacante da Seleção Paranaense, disputando a Taça das Favelas Paraná pela Favela Águas Claras Foto: Demily Maciel

Benício Magalhães disputa pela segunda vez a Taça das Favelas

No elenco masculino, o atacante Benício Magalhães (17), que disputa a competição pela segunda vez, reforça a expectativa positiva e a confiança no trabalho da equipe. “O time vem treinando muito bem e estamos unidos para mostrar nosso futebol em São Paulo. Significa muito vestir essa camisa mais uma vez. No ano passado chegamos até a semifinal, mas fomos eliminados nos pênaltis. Agora, estamos ainda mais preparados para buscar o título e levar alegria para a nossa favela.”

Benício Magalhães, meio-campo da Seleção Paranaense, disputando a Taça das Favelas Paraná pela Favela Cristo Rei Foto: Demily Maciel

A cerimônia de lançamento da Taça das Favelas Brasil aconteceu na quinta-feira, dia 02 de outubro, às 11h, na Praça das Artes, no centro histórico da capital paulista. Também foi realizado o sorteio das chaves que definirá os caminhos da quarta edição da competição, organizada pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzida pela InFavela, empresa do Grupo Favela Holding.

Confira os grupos do Favelão 2025
Feminino
Grupo A – Rio de Janeiro, Brasília, Piauí e Bahia
Grupo B – São Paulo, Paraná, Maranhão e Amazonas
Grupo C – Goiás, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul
Grupo D – Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso

Masculino
Grupo A – Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Maranhão
Grupo B – Minas Gerais, Goiás, Bahia e Paraíba
Grupo C – São Paulo, Mato Grosso, Brasília e Piauí
Grupo D – Paraná, Ceará e Amazonas

O evento marca o pontapé inicial do Favelão 2025 e contará com a presença das seleções estaduais, patrocinadores, autoridades e artistas. Os atletas masculinos, de 14 a 17 anos, disputarão o troféu Jair da Matta, enquanto as meninas, a partir dos 14 anos, competirão pelo troféu Marina Soares Athayde — ambos homenageados que tiveram papel fundamental na história da CUFA.

A Taça das Favelas é o maior campeonato de favelas do mundo. Realizada pela CUFA e produzida pela InFavela, a competição foi disputada pela primeira vez em 2012, no Rio de Janeiro, e completou 10 anos em 2022.

Para mais informações sobre as seleções paranaenses:
 @tacadasfavelaspr

Para acompanhar a Taça das Favelas Brasil:
 @tacadasfavelasbrasil