Alef Manga (Crédito: Geraldo Bubniak)

O atacante Alef Manga e mais oito jogadores foram punidos com suspensão pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O julgamento dessa quarta-feira (dia 9) analisou o caso de 12 jogadores, acusados de participação em esquemas de apostadores. Três foram absolvidos: o volante Jesús Trindade (ex-Coritiba) e os laterais Sidcley (ex-Athletico Paranaense e Cuiabá) e Pedrinho (ex-Athletico Paranaense e hoje no Shakhtar Donetsk-UCR).

Alef Manga foi punido com pena de suspensão por 360 dias e multa de R$ 30 mil. Em depoimento por videoconferência ao STJD, o jogador admitiu ter recebido dinheiro para levar um cartão amarelo em jogo do Coritiba pelo Campeonato Brasileiro 2022.

O RESULTADO DO JULGAMENTO
Nino Paraíba – punido 480 dias e multa de R$ 40 mil
Igor Cariús – 540 dias e multa de R$ 50 mil
Bryan Garcia – 360 dias e multa de R$ 30 mil
Diego Porfírio – 360 dias e multa de R$ 70 mil
Alef Manga – 360 dias e multa R$ 30 mil
Vitor Mendes – 430 dias e multa de R$ 40 mil
Sávio – 360 dias e multa de R$ 30 mil
Dadá Belmonte – 720 dias e R$ 70 mil
Thonny Anderson – sem suspensão e multa de R$ 40 mil
Jesus Trindade – absolvido
Sidcley – absolvido
Pedrinho – absolvido

O julgamento ocorreu na primeira instância do STJD (a 2ª Comissão Disciplinar). Todos os jogadores podem recorrer e levar o caso ao Pleno (instância máxima) do STJD. A procuradoria do Tribunal também tem o direito de entrar com recurso para mudar as decisões.

As suspensões, a princípio, valem apenas para competições no Brasil.

O lateral-esquerdo Diego Porfírio (ex-Coritiba e hoje no Guarani) levou multa de R$ 70 mil e suspensão. O meia Thonny Anderson (ex-Coritiba e Athletico Paranaense) recebeu multa de R$ 40 mil. O volante Bryan García (ex-Athletico Paranaense e hoje no Independiente del Valle-EQU) foi suspenso por 360 dias e levou multa de R$ 30 mil.

No final de julho, Manga foi emprestado pelo Coritiba para o Pafos, do Chipre. O jogador prestou depoimento por videochamada nessa quarta-feira, direto da Europa. Ele contou que o lateral-esquerdo Diego Porfírio, então no Coritiba e hoje no Guarani, participou da transação.

“Ele (Porfírio) veio até mim no quarto, me chamou para conversar no corredor sobre voltar atrás para eu tomar o cartão amarelo. Veio conversar, eu falei que não queria fazer, não queria, não queria, mas depois acabei aceitando. Falou para mim que o rapaz ia depositar o dinheiro depois do jogo. Fomos para o jogo, aconteceu que eu tomei o cartão amarelo. Depois da partida, ele me comunicou que tinha falado com o pessoal para que pudessem depositar o dinheiro. Ao longo da semana, não depositaram o dinheiro na minha conta. Falei com o Porfírio que eu queria o contato do rapaz para saber o motivo de não terem depositado”, disse Alef Manga, em depoimento ao STJD divulgado pelo GE.

“Eles começaram a insistir, depois no CT e no telefone, para que eu tomasse o amarelo contra o Corinthians, que o valor ia ser dobrado. Nesse caso eu falei que não queria fazer mais, estava muito arrependido pelo que fiz. Depois ele falou que, quanto mais ele juntasse jogadores para tomar cartão, ele ganhava mais dinheiro de comissão. Não sei o valor, eu não falei com os apostadores, não tive contato com ninguém. Foi de fato o que aconteceu”, declarou o jogador. “Estou aqui para deixar bem claro que estou à disposição de vocês para devolver o dinheiro”, afirmou.

Alef Manga e mais 11 jogadores estavam suspensos preventivamente pelo STJD, por participação no esquema de apostadores.

Além das punições do STJD, Manga e outros jogadores podem ser punidos na ‘Justiça comum’. Manga é réu no processo que investiga a manipulação no futebol, denunciado pelo Ministério Público de Goiás. Ele é acusado de receber R$ 45 mil para levar um cartão amarelo contra o América-MG, no Brasileirão 2022.