Marcelino Moreno: argentino é ‘volante’ ou ‘interior’ (Crédito: Valquir Aureliano)

O técnico do Coritiba, António Oliveira, afirmou que não vem utilizando um sistema com três volantes em 2023. Segundo o treinador, a equipe usa apenas um volante.

“Quem jogou com três volantes? Bruno (Gomes) e Bernardo são volantes? Para mim, não são. Jogo com um volante e dois interiores”, declarou Oliveira, em entrevista coletiva, após ser perguntado sobre seu sistema com três volantes. “Sei que é aqui é primeiro volante, segundo volante, terceiro volante, décimo volante… Mas não entendo dessa forma”, afirmou.

A confusão ocorre pela nomenclatura adotada no Brasil, que trata o volante como jogador defensivo e o segundo volante como uma peça com mais liberdade ofensiva. Há também quem utilize a expressão ‘terceiro volante’.

Na língua espanhola, por exemplo, a palavra volante é usada para todos os meio-campistas. O meia ofensivo centralizado é chamado de ‘volante de enganche’. Em Portugal, o volante defensivo é chamado de médio-centro defensivo. O equivalente ao brasileiro ‘segundo volante’ seria o ‘médio-interior’. E o meia-ofensivo é chamado de médio-ofensivo.

Em 2023, Oliveira vem armando o Coritiba no 4-1-4-1, com Willian Farias como único volante. Jesús Trindade também já foi usado nessa posição. Na linha de quatro, usa dois extremos (Alef Manga por um lado e William Pottker por outro) pelos lados do campo. Completam essa linha os dois ‘interiores’. São jogadores com capacidade de armar o jogo pelo centro e liberdade ofensiva para ‘pisar na área’.

Na função de ‘interior’, o técnico já usou o argentino Marcelinho Moreno. O jogador, aliás, viveu seu auge atuando nessa posição – em 2019/20, foi o terceiro melhor do campeonato argentino, defendendo o Lanús, atuando como ‘interior’. Em 2021, entrou para a seleção dos melhores da Major League Soccer atuando como ‘interior’ (13 jogos) e meia ofensivo centralizado (sete jogos). Em toda carreira, Moreno foi mais utilizado nessas duas posições: extremo pela esquerda (35% das vezes) e ‘interior’ (27%). Atuou como meia ofensivo centralizado em 20% dos jogos. E ficou na direita em 16% das partidas. E, em raras ocasiões, jogou como centroavante.

OUTROS TÉCNICOS
António Oliveira não é o primeiro técnico a não concordar com a nomenclatura ‘segundo volante’. Técnico do Coritiba de 2012 a 2015, Marquinhos Santos afirmou que preferia chamar esses jogadores de ‘meias de transição’. Já Wagner Lopes, ex-Paraná Clube, usou a expressão ‘meias centrais’ para se referir a Leandro Vilela e Alex Santana no 4-2-3-1 que montou no Paraná Clube.