‘Até eu, com 53 anos, vou jogar’, desabafa técnico do Coritiba

Silvio Rauth Filho

Antonio Carlos Zago (Crédito: Valquir Aureliano)

O técnico do Coritiba, Antônio Carlos Zago, aproveitou a entrevista coletiva após a derrota para o Bahia, no último domingo (dia 7), para fazer mais um desabafo relacionado ao desempenho da equipe. Desde a sua chegada, o treinador tem feito críticas sobre o estilo de jogo, principalmente do setor ofensivo.

“Atacante não pode jogar só com bola no pé, atacante tem que incomodar os zagueiros, os adversários. Os zagueiros adversários têm que procurar se movimentar, tem que procurar se mexer, tem que atacar o espaço nas costas. Não deu pra ir nas costas? Volta de novo pra jogar. Tem que dar opção principalmente para o meio-campo. E a gente assim aqui está acostumado a jogar só com a bola no pé. Com a bola no pé até eu com 53 anos vou jogar. Se me der a bola no pé eu sei o que fazer ainda”, declarou Zago, que foi zagueiro do Palmeiras e da seleção brasileira.

“A gente tem que melhorar num todo, desde a fase defensiva, a fase ofensiva, procurar jogar mais entre linhas. A gente não pode praticar aquele futebol burocrático que é só pelo lado. A gente tem que procurar agredir o adversário. E é isso que a gente vem procurando fazer. Não é fácil, porque é o início de um trabalho. Não é fácil fazer com que os jogadores entendam isso, mas a gente vai bater em cima dessa tecla”, disse.

O sistema defensivo também recebeu críticas. “O Bahia jogou muito entrelinhas e nós não acompanhávamos o marcador. Estávamos preocupados em defender as costas primeiro e depois pressionar”,destacou.

Para o treinador, o Coritiba precisa melhorar no processo de perde e pressiona. Ou seja, logo que perder a posse de bola, o time deve avançar e reduzir o espaço para o adversário jogar. “O futebol hoje, o futebol ofensivo é um futebol jogado pra frente. Correr pra frente, o perde e pressiona bem feito começando dos atacantes. A gente não pode só falar da defesa. O sistema defensivo não foi bom hoje. Então perdeu a bola, pressiona. Isso aí a gente está tentando melhorar durante

os treinamentos. Fizemos bastante essa semana, mas leva um pouco mais de tempo e é de cada jogador também. Perde e pressiona tem que ser bem feito, você tem que tá bem compacto pra poder fazer isso. Uma outra vez a gente procurou fazer, parece que a gente tem às vezes tem medo de encurtar e levar a bola nas costas. E a bola nas costas é sempre do companheiro que está fazendo a cobertura. Então sofremos um pouco em cima disso hoje e vamos tentar corrigir para os próximos jogos”, comentou.